A forte economia americana seguiu a tendência mundial de retração na atividade e desemprego.
O presidente também enfrenta uma forte reação popular ao defender a “lei e ordem” frente às recentes manifestações contra o racismo e a ação violenta de policiais.
A cinco meses para as eleições, estados tradicionalmente democratas que apoiaram Trump em 2016, agora indicam que podem apoiar Joe Biden. Antigos redutos republicanos, como Arizona e Carolina do Norte também sinalizam o enfraquecimento do partido.
Porém, muita coisa ainda pode mudar até a votação em novembro.
Trump promete reverter o cenário pessimista e lembra que na eleição de 2016, a democrata Hillary Clinton liderou as pesquisas ao longo da campanha e perdeu a eleição — prova de que a corrida ao posto mais alto do comando dos EUA sempre será definida nos detalhes.
Para avaliar esse cenário, o analista de internacional da CNN Lourival Sant'Anna conversou com Maurício Moura, professor da Universidade George Washington, Marcus Vinícius de Freitas, professor da Universidade de Relações Exteriores da China, e Kellie Meiman Hock, estrategista do Partido Democrata.
Destaques da edição
Para Moura, da Universidade George Washington, esse é um momento ruim para Trump. "Ele começou a perder a liderança em estados chaves para a campanha dele. A eleição será muito baseada nas respostas que o governo dará à pandemia, tanto na área econômica quanto na área sanitária", falou. "A estratégia de campanha do Trump será fixar em cativar o seu eleitor mais fiel".
Para Freitas, da Universidade de Relações Exteriores da China, esse público é composto majoritariamente por homens brancos. "Desde o começo do mandato o nível de aprovação dele é um dos mais baixos entre todos os presidentes, e esse índice está assim desde o início de seu mandato", disse. No entanto, ele reconhece que Trump pode ter ganhado trânsito entre outros grupos. "Antes da pandemia, o nível de emprego para latinos e afrodescendente nunca esteve tão baixo nos EUA, algo que pesa a favor do governo Trump".
Para Hock, do partido democrata, a capacidade de diálogo de Biden com várias comunidades é um de seus grandes trunfos. "Biden não está tentando apenas se comunicar com democratas, mas está tentando diálogo com republicanos, centristas que acham que Trump acabou com o partido Republicano", afirmou. "Ele tenta dialogar com esse eleitor que não aguenta mais os tweets e as manifestações de Trump em relação à pandemia".
Ela argumenta que os comícios quase diários que Biden vem fazendo vão ajudar na conquista desses públicos.
Contudo, Moura ressalva que ainda não é possível dizer quem está na frente. "Ainda mais com a situação atual, onde a campanha será praticamente toda dedicada à parte digital", disse.