O primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP), defendeu nesta sexta-feira (19), durante a live JR, a manutenção das datas previstas para a realização das eleições municipais deste ano em função da pandemia do novo coronavírus.
"Não existem evidências que comprovem que postergar as eleições em 40 dias vai mudar a situação. Os grandes especialistas não sabem como vai estar a situação da pandemia daqui a 40 ou 60 dias, quiçá daqui a 90 ou 120 dias”, afirmou o deputado aos jornalistas Celso Freitas, Eduardo Ribeiro e Thiago Nolasco.
Pereira observa que há mais aglomerações nas filas para receber o auxílio emergencial do que nas apresentadas pelos colégios eleitorais nos últimos anos. Ele avalia que é possível a ampliar o horário de votação, fixar intervalos para o comparecimento às urnas por faixa etária e até mesmo tornar o voto facultativo a integrantes dos grupos de risco.
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"Se a OMS, o Ministério da Saúde ou alguém com alta qualidade de informação apresentar um parecer dizendo que adiar as eleições por 40 vai impedir a morte e a contaminação de milhares de pessoas, nós somos favoráveis ao adiamento. Nós não somos intransigentes, mas é necessário ter provas científicas e técnicas", ponderou o deputado.
Por se tratar de uma PEC (Propostas de Emenda à Constituição), o adiamento das eleições só acontecerá caso exista 49 votos favoráveis à mudança no Senado e 308 na Câmara. De acordo com Pereira, ainda não há consenso para aprovação do texto entre os partidos, apesar do parecer favorável dos presidentes da Câmara e do Senado.
"Na Câmara, nós não temos votos ainda. O presidente Rodrigo Maia sabe disso e informou ao ministro Barroso que existe um pouco mais de dificuldade. Eu conversei com o presidente de cinco partidos grande e todos eles são contrários ao adiamento. Eles disseram que as bancadas têm ampla maioria para manter as eleições nas datas já conhecidas", afirmou o Republicano.
Atuação da Câmara
Marcos Pereira disse ainda não ter dúvida de que o parlamento "tem dado uma resposta adequada" no combate ao novo coronavírus. De acordo com o primeiro vice-presidente da Câmara, já foram votadas mais de 200 propostas que tratam do combate à pandemia.
"Tão logo a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou o estado de pandemia no mundo, nós aprovamos o estado de calamidade, que deu condições para o presidente da República pudesse atuar no combate à covid-19", recordou Pereira.
Ele lembrou ainda que nasceu no parlamento a ideia do auxílio emergencial de R$ 600. "O governo anunciava R$ 200, o parlamento elevou o valor para R$ 500 e depois se chegou a um acordo para pagar R$ 600, podendo ser até R$ 1.200 em algumas famílias".
Reforma tributária
Ao comentar a respeito da retomada das reformas estruturais, Marcos Pereira avalia que a apreciação da proposta de mudanças tributárias só poderá ser analisada após o retorno das atividades presenciais. “A gente percebe que perde muito a dinâmica da sessão”, lamentou.
Ele afirmou que conversou com o relator do texto, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) a respeito do tema. “Ele está empenhado. As conversas com pesquisadores, tributarias, empresários e com a sociedade civil não parou”, garantiu o primeiro vice-presidente da Câmara.
As entrevistas da Live JR acontecem todas as segundas e sextas-feiras, sempre às 17h. O público pode acompanhar ao vivo na Record News, pelo R7 e pelas redes sociais do Grupo Record. Além disso, haverá exibição de trechos no Jornal da Record e no Fala Brasil.