O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista exclusiva à CNN, nesta segunda-feira (8), que faltou um “gesto” da elite do funcionalismo público com a redução de salários durante o período de crise provocada pelo coronavírus.
Maia foi questionado pelo âncora Rafael Colombo sobre a redução de salário dos trabalhadores “comuns” e o crescente número de desemprego no Brasil, e se a elite do funcionalismo não deveria dar um exemplo e também reduzir os valores durante o período de crise. O presidente da Câmara disse concordar.
“Temos muitos servidores que estão diretamente no enfrentamento da crise da pandemia, trabalhadores da saúde, segurança, garis no Rio de Janeiro e de todo o País, e os professores tentando organizar sua relação com os alunos […] Concordo e tenho dito desde o primeiro dia que é óbvio que quando cai a arrecadação, o correto era um gesto dos maiores salários dos três poderes, uma contribuição e redução, mas fui voto vencido. Também não posso aceitar a redução apenas no Parlamento e não se faça nada nos outros poderes.
O ministro Paulo Guedes [Economia] disse que não era necessário a redução, que o congelamento [de aumento] resolveria. Para mim, o congelamento não resolve.
O que resolveu em R$ 40 e R$ 50 bilhões foi o congelamento da promoção. Isso foi importante. [Os salários] são R$ 200 bilhões, sendo R$ 170 bi do Executivo, R$ 25 bi do Judiciário e R$ 5 bi do Congresso. Esse gesto do salário [reduzir acima] de R$ 10 mil poderia ter tido, mas não teve. Temos de falar a verdade”.
Divulgação de dados
Rodrigo Maia também falou sobre a mudança na forma de divulgação de dados por parte do governo federal sobre o coronavírus no Brasil. Ele fez críticas ao Ministério da Saúde, falando ser inútil a tentativa de omitir os dados.