Operários começaram a realizar nesta segunda-feira (8) a tarefa delicada e arriscada de desmontar 200 toneladas de andaimes retorcidos que ainda envolvem a Catedral de Notre-Dame, em Paris, desde o incêndio do ano passado.
Os andaimes foram erguidos para trabalhos de reforma no antigo pináculo da catedral antes de o fogo envolver a grande atração turística de séculos de existência no dia 15 de abril de 2019, destruindo o pináculo e o teto em um desastre que chocou a nação.
A operação, adiada em meados de março por causa da pandemia do novo coronavírus e o isolamento subsequente, é um passo importante para a restauração da catedral, que o presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu reconstruir dentro de cinco anos.
Duas equipes de cinco operários usarão cordas e material de escalada para retirar as varas de metal empenado. Eles usarão eletrosserras para cortar as 40 mil peças dos andaimes. Um guindaste de 84 metros de altura levará as peças ao chão em seguida.
Ainda nesta segunda-feira, operários com capacetes e máscaras instalaram as últimas redes de segurança.
"Cirurgia de coração aberto"
"É a última verificação antes da cirurgia de coração aberto. Os operadores das cordas balançarão de tubo em tubo para cortar os andaimes", disse Christophe-Charles Rousselot, da Fundação Notre-Dame, à Reuters.
"É uma operação extremamente complicada e muito delicada que foi preparada durante meses", disse, acrescentando que ela exigirá todo período do verão.
O campanário, as paredes externas e grande parte do teto abobadado da catedral sobreviveram ao incêndio do ano passado, assim como relíquias religiosas e obras de arte abrigadas em seu interior.