Cento e cinco anos, hipertensa e diabética. O quadro não era nada animador para Arminda Santos quando ela foi internada em Manaus devido à Covid-19.
Na última sexta-feira (29), porém, ela recebeu alta hospitalar e, segundo a prefeitura, é a paciente mais velha a se curar da doença no país.
Ela teve alta da enfermaria da Fundação Doutor Thomas, da Prefeitura de Manaus, com outros 14 idosos que também se recuperaram da doença e foram liberados pela equipe médica. Com isso, o número de internados na instituição foi zerado.
A alta hospitalar ocorreu em meio a músicas e com a presença da equipe médica e de funcionários da instituição. Os 15 pacientes deixaram a enfermaria montada nas dependências da fundação em meio à pandemia.
Com isso, retornaram para os pavilhões, em seus quartos individuais em que estavam antes de serem internados.
A pandemia do novo coronavírus já provocou mais de 20 mortes em asilos no interior de São Paulo, isolou idosos nas instituições e forçou a transferência de 30 deles para um hotel.
Em Manaus, Arminda inclusive comemorou seu aniversário de 105 anos durante a internação, em 12 de maio. Ela reside na instituição há 34 anos e, durante sua recuperação da doença, ganhou festa de aniversário dos funcionários da casa.
Por meio da assessoria da prefeitura da capital do Amazonas, a médica Simone Henriques disse que a recuperação da idosa, que perdeu a visão devido a diabetes, foi uma surpresa.
Ela recebeu suporte de ventilação não invasiva e medicamentos –que levaram em conta a função renal dela e a idade.
"O caso da dona Arminda, que se torna a pessoa mais idosa a vencer a Covid-19 no Brasil, é motivo de muito orgulho para a Fundação Doutor Thomas. Estou imensamente feliz e grata", disse, também via assessoria, a diretora-presidente da fundação, Martha Moutinho.
Dos 15 idosos que tiveram alta, 9 são homens e 6, mulheres, com idades entre 62 e 105 anos.