Cientistas das universidades federais de Campina Grande (UFCG) e Ceará (UFC) desenvolveram um ‘supercatalisador’ usado para produção de biocombustíveis a partir de cinzas da casca de arroz. A pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi publicada semana passada na revista científica internacional Brazilian Journal of Petroleum and Gas (BJPG). Veja aqui o artigo completo (em inglês).
De acordo com o estudo, de autoria dos professores Jocielys Rodrigues (UFCG), Meiry Glaucia (UFCG) e Fabiano Fernandes (UFC), é possível produzir gasolina e diesel a partir da casca resultante do processo de beneficiamento do arroz, com grandes benefícios econômicos e ambientais.
“Primeiro, sai mais barato. Segundo, é menos poluente ao meio ambiente e, terceiro, você está dando um novo destino à casca do arroz, que, em geral, é lançada de forma irregular nos rios, em terrenos baldios e lixões”, resume o professor Jocielys Rodrigues, do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA), campus Pombal, cuja tese de doutorado versou sobre o tema.
Ainda segundo o cientista, a produtividade do novo catalisador é animadora. “Conseguimos uma produtividade de 88% em termos de rendimento, baseado no produto final. A meta era 70%”, adianta.
A casca representa o maior volume entre os subprodutos obtidos durante o beneficiamento do arroz, chegando, em média, a 22% do volume. Relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) projeta a produção nacional de arroz deste ano a mais de 10 milhões de toneladas.