Priscila de Almeida Lima, de 26 anos, apesar da pouca idade, já passou por muitas dificuldades.
Hoje, ela mora com seus dois filhos, Davi Lucas e Miguel, em uma casa que é herança de família, no sertão nordestino.
Diarista, ela se viu com dificuldades para encontrar emprego depois da pandemia do novo coronavírus e, por isso, sobrevive à base de assistência social, como o auxílio do SOS Famílias do Sertão, que apóia famílias em situação de vulnerabilidade social.
"Fui mãe muito cedo, com 16 anos. Hoje, o Davi está com 10 anos. Eu me envolvi muito cedo com o pai dele, que era usuário de drogas, e acabei me tornando dependente química também", conta Priscila. "Minha mãe sofria muito comigo por causa disso", acrescenta ela.
Esse relacionamento acabou por conta das drogas. A mãe de Priscila a colocou, então, numa clínica para se livrar da dependência. "Fiquei internada por nove meses para me tratar do vício e retornei para casa. Mas, depois de seis meses, eu tive a primeira recaída. Não quis mais contato com minha família, nem ajuda, e fiquei nas ruas", recorda-se Priscila.
Foi nesse momento que ela engravidou de Miguel, que hoje estuda numa escola mantida pela instituição de ajuda assistencial que atua na região. Naquele momento, sem apoio, ela mudou-se para São Paulo e caiu nas drogas novamente, até ser amparada por uma instituição que a ajudou a livrar-se da dependência.
Superação
"Fiquei oito meses lá e, quando Miguel nasceu, permaneci mais seis meses. Depois, voltei para a casa da minha família e minha mãe faleceu. Ela era meu porto seguro, foi uma fase muito difícil para mim", afirma Priscila.
"Hoje eu trabalho como diarista e quem me ajuda são algumas pessoas da minha família. Tem quase dois anos que o Miguel entrou na escola que nos dá assistência e a vida mudou muito. Antes, eu não tinha como trabalhar, porque não tinha com quem deixá-lo. Agora ele estuda lá, não tenho despesa com uniforme e material escolar, fora a educação que eles dão, que é bem boa", agradece ela.
Atualmente, além da ajuda da família, Priscila também recebe auxílio da escola onde Miguel estuda, que colabora com palestras e assistência social. "Eu superei a dependência, a falta da minha mãe, sou uma nova pessoa. Agradeço muito à instituição que mantém a escola do meu filho, vou sempre às reuniões. Saio de lá renovada sempre que tem reunião de família. Eu chego feliz em casa", garante ela.