O presidente Jair Bolsonaro postou neste domingo (24), dois dias após o Supremo Tribunal Federal divulgar vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, uma mensagem em que cita a Lei de Abuso de Autoridade (lei 13.869/2019).
O artigo 28 da lei informa que para quem "divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado", a pena é detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Segundo o analista de política da CNN Caio Junqueira, o post é um claro recado ao ministro do STF Celso de Mello.
O ministro do Supremo Tribunal Federal autorizou a divulgação quase na íntegra do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril na última sexta-feira (22). Em sua decisão, o ministro afirmou que "ninguém está acima da autoridade das leis e da Constituição da República". O ministro argumenta que, por isso, a investigação de crimes eventualmente atribuídos ao presidente é legítima.
No mesmo dia, Bolsonaro disse que no vídeo não contém "nenhum indício de interferência na Polícia Federal".
O vídeo veio à tona após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro declarar que o presidente tentou interferir na Polícia Federal.