Um estudo realizado nos Estados Unidos aponta que locais no país onde os governos não decretaram medidas de distanciamento social podem ter até 35 vezes mais casos de Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.
Além disso, quanto mais tempo as políticas ficaram em vigor, mais lento foi o crescimento diário do número de casos.
O estudo, publicado pelo jornal médico Health Affairs e revisado por cientistas, considerou quatro tipos de medidas de distanciamento social: ordens para não sair de casa, fechamento de escolas, banimento de grandes eventos e o fechamento de academias, bares e restaurantes, no período entre 1 de março e 27 de abril.
Durante esse prazo, pesquisadores das universidades de Kentucky, Louisville e estadual da Georgia analisaram 1 milhão de casos confirmados de Covid-19 em todo o país, visando demonstrar “o perigo potencial de propagação exponencial na ausência de intervenções".
Eles estudaram a origem dos casos e verificaram quais medidas tinham sido adotadas (ou não) onde os pacientes viviam. Em cerca de 95% dos EUA algum tipo de isolamento social foi ordenado pelos governos locais.
De acordo com os pesquisadores, locais onde as medidas duraram de um a cinco dias já registraram um declínio de 5,4% nas taxas diárias de contaminação, mas os resultados foram ainda melhores onde o isolamento durou pelo menos de 16 a 20 dias. Nesses lugares, a taxa diária caiu mais de 9%.
Ainda segundo a pesquisa, quando alguma das medidas estavam ausentes, a taxa de contaminação era dez vezes maior, e quando nenhuma das quatro era adotada, esse número chegava a ser 35 vezes maior.
Os autores ressaltam que as análises podem ser importantes no momento em que diversos estados dos EUA começam a retomar gradualmente suas atividades e suspender algumas das medidas de distanciamento.