A primeira vacina contra o coronavírus a ser testada em pessoas parece ser segura e capaz de estimular uma resposta imunológica contra o vírus, anunciou nesta segunda-feira a fabricante, a empresa de biotecnologia americana Moderna.
Os resultados são baseados na reação das oito primeiras pessoas que receberam duas doses da vacina, a partir de março.
Essas pessoas, voluntários saudáveis, produziram anticorpos que foram testados em células humanas no laboratório e foram capazes de impedir a replicação do vírus — o principal requisito para uma vacina eficaz. Os níveis dos chamados anticorpos neutralizantes correspondiam aos encontrados em pacientes que se recuperaram após contrair o vírus na comunidade.
A empresa afirmou que está seguindo um cronograma acelerado, com a segunda fase envolvendo 600 pessoas em breve e uma terceira fase em julho envolvendo milhares de pessoas saudáveis. A Food and Drug Administration (FDA), o equivalente à Anvisa no Brasil, deu à Moderna a aprovação para a segunda fase no início deste mês.
Se esses testes derem certo, uma vacina poderá ficar disponível para uso generalizado até o final deste ano ou no início de 2021, disse o Dr. Tal Zaks, diretor médico da Moderna. Quantas doses podem estar prontas não está claro, mas Zaks disse: "Estamos fazendo o possível para alcançar o maior número possível de doses".
Não há tratamento ou vacina comprovada contra o coronavírus no momento. Dezenas de empresas nos Estados Unidos, Europa e China estão correndo para produzir vacinas, usando métodos diferentes. Alguns usam a mesma tecnologia que Moderna, que envolve um segmento de material genético do vírus chamado RNA mensageiro, ou mRNA.
Moderna disse que testes adicionais em camundongos que foram vacinados e infectados descobriram que a vacina poderia impedir a replicação do vírus nos pulmões e que os animais tinham níveis de anticorpos neutralizantes comparáveis aos das pessoas que receberam a vacina.
Três doses da vacina foram testadas: baixa, média e alta. A dose alta está sendo eliminada de estudos futuros porque as doses mais baixas parecem funcionar tão bem que a dose alta não é necessária.
"Quanto menor a dose, mais vacina poderemos fazer", disse Zaks.
As ações da Moderna subiram 40% nas negociações de pré-mercado.