A briga do atacante Hulk com seus sócios em um supermercado em João Pessoa (PB) – revelada pelo UOL Esporte no último sábado- vai muito além das disputas e cobranças por má gestão e dívidas no empreendimento. No processo que corre na 16ª Vara Cível da Capital no Tribunal de Justiça da Paraíba, se desenrola mais um capítulo da novela envolvendo a vida conjugal da estrela do Shanghai SIPG. Isso porque um dos acusados pelo atleta é Marcos Maciel Batista Ramos, que compunha sociedade com Hulk e vem a ser exmarido da atual noiva do jogador, Camila Ângelo.
O ex-integrante da seleção brasileira procurou a Justiça em 14 de fevereiro
deste ano pedindo a destituição dos sócios – além de Marcos, os empresários
Antonio Dantas Neto e Diego Henrique Dantas -, acusando cometerem diversas
irregularidades na gestão, causando prejuízos à contabilidade da empresa.
A briga teria começado quando Hulk topou aportar uma quantia de R$ 6
milhões – em depósitos de R$ 1 milhão cada – para a construção de uma nova
unidade da rede de supermercado. Em novembro de 2019, o jogador parou de
depositar a quantia, alegando problemas na gestão e que não teria garantias no
investimento.
"A necessidade da proposição da ação veio da verificação de uma série de
irregularidades, e da intransigência dos administradores em, amigavelmente,
entregar a administração da empresa para um administrador profissional e
conhecedor do ramo", explicou a advogada de Hulk, Marisa de Souza Alija
Ramos, em nota divulgada pela assessoria do atleta – que preferiu não falar
publicamente sobre o caso.
"Orçada para ocorrer em 6 milhões de reais (equipada), tal obra acabou
parando porque os administradores, ainda no meio da obra, solicitaram outros 4
milhões para o sócio majoritário – Hulk, o único com dinheiro para isso – e o
mesmo se negou a financiar um 'cavalo branco' visto que a ingerência levou
àquela situação. Vale dizer que os 6 milhões da obra já foi emprestado
integralmente por Hulk, para ser pago em 10 anos. Diante desse quadro, Hulk
contratou duas auditorias (uma de obra e outra contábil) e pagou do seu bolso:
dos relatórios das auditorias, várias são as irregularidades detectadas. Na ação,
todas estas irregularidades foram apresentadas – com os respectivos relatórios
de auditoria – e foi pedido que liminarmente os sócios fossem afastados",
completou a defesa de Hulk.
"O sócio Givanildo [nome de Hulk] começou a atuar contra a sociedade, o que o
fez descumprir o mútuo anteriormente firmado, ou seja, deixou de aportar
1milhão de reais em um momento decisivo da obra, valor até então em aberto. E
mais, em paralelo, notificou todos os sócios e todos os bancos para que não
procedessem mais operações de créditos regulares, imprescindíveis para o dia
a dia de qualquer negócio, principalmente o varejo. Com isso, inviabilizou a
terceira loja", diz o documento, ao qual a reportagem teve acesso. "Sufocou o
negócio e está agindo contra a sociedade, o que se constitui em grave violação
legal".