Uma operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) prendeu nesta quinta-feira (14) cinco suspeitos de participação em um esquema que desviou R$ 3,95 milhões de recursos públicos por meio de contratos de OSs (Organizações Sociais) com uma empresa que fornecia refeições para dez UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do governo estadual.
Batizada de "Favorito", a ação foi deflagrada em parceria com o MPF (Ministério Publico Federal) e a PF (Polícia Federal) por ter um dos alvos em comum com as investigações conduzidas no âmbito da Justiça Federal: o atual presidente do Conselho de Administração das OSs, apontado como o chefe da organização criminosa. Com ele foi apreendido cerca de R$ 120 mil em casa.
Para a gestão das UPAs de Botafogo, Cabuçu, Campo Grande I, Campo Grande II, Lafaiete, Magé, Mesquita, Queimados, Santa Cruz e Sarapuí, uma das Organizações de Saúde recebeu um montante superior a R$ 763 milhões do Fundo Estadual de Saúde do Rio de Janeiro entre os anos de 2012 e 2019, de acordo com o MP-RJ.
Durante as investigações foi descoberto que uma das OSs usava planilha dupla de contabilidade. Em dezembro de 2017, por exemplo, foi constatada uma diferença de R$ 120 mil entre os valores reais e superfaturados dos serviços.
Segundo os promotores do GAECC (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), as notas eram emitidas com base na planilha superfaturada. A diferença era desviada por meio de pagamentos de boletos e saques em bancos que eram entregues a um empresário que atuava como arrecadador da organização criminosa.
Entre as presas na ação de hoje está uma diretora de uma OS, que já foi alvo da Operação Pão Nosso, em 2018. A operação investigou esquema de corrupção envolvendo a produção e a venda de alimentos para presídios no Rio de Janeiro.