Um grupo de pesquisadores foi interceptado na tarde desta quinta-feira (14), na cidade de Patos, ao andar por diversas ruas a fim de realizar uma pesquisa sobre o novo coronavírus. Uma mulher ao ser abordada por uma dupla, desconfiou da conversa e chamou um policial civil. A equipe estava à serviço do Ministério da Saúde, porém, o que ninguém esperava é que a iniciativa fosse causar uma grande confusão em Patos.
Os coletores de dados e testes rápidos foram parar na Delegacia da Polícia Civil. A população ficou desconfiada e acabou acionando a polícia por achar que se tratava de um golpe.
O policial civil, Rafael Gomes, contou a nossa reportagem que localizou um casal na rua Tiradentes, Centro. Ao ser abordado, eles disseram que estavam fazendo pesquisa para o IBOPE e de forma gratuita. “Pedi então a documentação pessoal e eles me apresentaram uma xérox da RG. Falei que só aceitava a original, e aí acionei a Polícia Militar para que se fizesse presente ao local da ocorrência”, disse ele.
Rafael disse que pediu que eles apresentassem a autorização para tal pesquisa. “Me mostraram uma portaria do Ministério da Saúde e uma autorização para pesquisa da Universidade de Pelotas no Rio Grande do Sul, além de mostrarem um crachá sem CNPJ com o nome IBOPE”, contou o policial.
O fato é que o grupo não tinha autorização de nenhum órgão do município para fazer a dita pesquisa, que dentre outras coisas, colheria o sangue das pessoas para supostamente fazer exame para teste da Covid-19. “Eu acionei a Secretaria Municipal de Saúde e Guarda Municipal para comparecerem ao local. Nem técnico em saúde eles são, pois não apresentaram documentação nenhuma”, revelou o policial.
Minutos depois, os policiais receberam a informação que na verdade se tratava de um grupo que chegou a Patos em um micro-ônibus da região de Recife-PE com cerca de vinte pessoas usando máscaras, jalecos, tocas, entre outros equipamentos. A Polícia Militar já havia sido acionada para atender outra ocorrência no bairro Maternidade onde localizou mais dois supostos pesquisadores que estavam fazendo o mesmo procedimento.
Os policiais informaram que a PM estava sendo chamada para atender diversas ocorrências e outras duplas já estavam sendo abordadas em locais diferentes da cidade. Até o prefeito Ivanes Lacerda juntamente com a secretária de Saúde, Francisca Lavor, bem como outros integrantes de órgãos da secretaria compareceram ao local para averiguar o ocorrido.
Os pesquisadores mais o ônibus, foram levados para Delegacia de Polícia Civil de Patos. Lá, prestaram depoimento e explicaram a situação. Mais tarde, o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, esclareceu o mal-entendido. Realmente o grupo veio a Patos realizar uma pesquisa à nível nacional. Acontece que nem o município nem o Estado foram comunicados antecipadamente pelo Ministério da Saúde.
“Houve um erro de comunicação do Ministério da Saúde que não comunicou essa pesquisa que iria ser efetuada aqui na Paraíba, uma pesquisa que é da Universidade de Pelotas, juntamente com o Governo federal, que tem o objetivo de identificar pessoas com síndrome gripal e realizar o teste rápidos numa proporção que se identifique a velocidade de propagação desse vírus no país, esse é o objetivo da pesquisa. Infelizmente a SES não foi comunicada e houve alguns contratempos em relação à população que se mostrou receosa de fornecer essas informações com pessoas paramentadas com EPI’s, mas essa é uma informação a partir de agora oficial. São pessoas do Governo Federal contratadas e que estão realizando essa pesquisa em toda a Paraíba, especificamente na grande João Pessoa e Patos”, disse Geraldo que deu mais detalhes no vídeo a seguir.