Após criarem 40 capacetes com ventilação não invasiva para pacientes em estado grave por Covid-19, pesquisadores do Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizam testes na rede de saúde paraibana e devem liberar licença para comercialização quando a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) homologar o produto.
Com baixo custo, aproximadamente R$100, o aparelho será uma alternativa de tratamento clínico para a Covid-19. Diante da escassez de aparelhos de ventilação no mercado, poderá ser usado em pacientes com necessidade de suporte ventilatório, a fim de evitar intubações orotraqueais precoces – que, segundo especialistas, “é um procedimento bastante invasivo e com riscos maiores de contaminação”.
De acordo com o coordenador do laboratório da UFPB, professor Euler Macêdo, os capacetes estão sendo testados nos hospitais Universitário Lauro Wanderley (14 unidades), da Unimed (10 aparelhos) e Clementino Fraga (10 equipamentos), em João Pessoa, e no Municipal (seis instrumentos), em Cabedelo, na Região Metropolitana.
“Os capacetes fazem parte de um projeto internacional e já foram utilizados na Itália. Eles servem para auxiliar em uma etapa anterior ao processo de intubação, possibilitando aos pacientes a recuperação sem a necessidade desta ação. Submetemos aos testes 40 unidades e vamos esperar a homologação da Anvisa para distribuir a licença de forma gratuita a quem tiver condições de produzir. Até em larga escala”, almeja o professor.
Macêdo afirma que o protótipo do capacete teve previsão de custos iniciais em R$100 por unidade e, com melhorias, “o preço final não ficará muito distante desse valor”. Para o pesquisador da UFPB, como é de baixo custo, “será vantajoso para as instituições de saúde”. O equipamento é de uso pessoal e deve ser usado durante os 14 dias do tratamento de Covid-19.
Além do professor Euler Macêdo, também atuam na inovação os pesquisadores Alberto Oliveira Filho, Eliauria Martins e Luiz Regis. O protótipo desenvolvido pelos pesquisadores foi feito com um capuz manufaturado de Policloreto de Vinila (PVC), anel fabricado com impressora 3D, membrana de vedação cervical adaptada de balão látex, conectores de saída e entrada de gases feitos com tubos de PVC.
O professor Euler ressalta que, embora o processo de fabricação seja simples, a equipe ainda está em busca de parceiros que possam aumentar a capacidade de produção após a regulamentação pela Anvisa. Contatos devem ser realizados pelo e-mail [email protected].