O Ministério da Saúde apresentou, nesta quarta-feira (6), um programa de testes de covid-19 com capacidade para realizar exames em até 22% da população (46 milhões de pessoas) pelo SUS.
O objetivo é utilizar dois tipos de exames: o RT-PCR, que detecta o vírus na fase aguda da doença; e o sorológico, que identifica os anticorpos em quem já foi infectado.
A previsão do ministério é fazer, até o fim do ano, 24,6 milhões testes RT-PCR e 22 milhões de testes sorológicos.
A primeira fase, de implantação, foi concluída em março. De abril a maio, o governo firmou parcerias com a iniciativa privada para disponibilizar a estados e municípios 7 milhões de testes RT-PCR e 9,5 milhões de testes rápidos, que são feitos com um furo na ponta do dedo.
A ampliação dos exames na rede pública deve ocorrer em junho, julho e agosto, com 13 milhões de RT-PCR e 8 milhões de testes sorológicos.
"Hoje, temos uma capacidade instalada de testes nos Laboratórios Centrais [em todas as 27 unidades da federação] de cerca de 2.700 testes por dia. Com essa estratégia, vamos chegar a quase 70 mil testes por dia.", detalhou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira.
A quarta fase (setembro a outubro) já considera a desaceleração da pandemia no país e visa avaliar o perfil de ocorrência do vírus no período de sazonalidade de outros vírus respiratórios.
A fase final (novembro e dezembro), será de disponibilização de equipamentos e estruturas para os laboratórios da rede pública.
O primeiro programa, batizado de Confirma Covid-19, é para identificar o coronavírus em pessoas sintomáticas, nos primeiros sete dias.
"Aqueles que apresentam síndrome gripal, ou seja, sensação de frio, febre, calafrios, sudorese, acompanhado de tosse seca, cefaleia ou qualquer outro sintoma", explicou Wanderson.
Essas pessoas, mesmo que não fiquem internadas, farão o exame. Se não tiverem falta de ar ou febre recorrente, permanecem em isolamento domiciliar por 14 dias.
Nelas, é feito o exame RT-PCR, que utiliza um cotonete para coletar secreções do nariz e do fundo da garganta. O material é enviado ao laboratório.
Os testes rápidos, para identificar quem já teve contato com o vírus e desenvolveu anticorpos, serão aplicados de acordo com uma metodologia elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dentro de um segundo programa, chamado de Testa Brasil.
Com esse método, cerca de 10% da população brasileira (21 milhões de habitantes) pode ser testada. A mineradora Vale vai doar 10 milhões de exames e outros 12 milhões vão ser comprados pelo governo no mercado internacional.