Em seu depoimento neste sábado (2), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro estava acompanhado do advogado Rodrigo Sánchez Rios, que defendeu presos famosos da Lava Jato.
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que é um dos pivôs da Operação Lava Jato, e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha contrataram o escritório de Sánchez Rios em suas defesas.
Conhecido criminalista de Curitiba, Sánchez é secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, professor de Direito Penal na PUCPR e diretor do Departamento de Direito Processual Penal do Instituto dos Advogados do Paraná. Ele sempre foi tido como próximo e amigo de Moro.
Moro prestou depoimento por aproximadamente oito horas a delegados da Polícia Federal (PF) e representantes da Procuradoria-Geral da República, em Curitiba, neste sábado (2). O ex-ministro foi ouvido em inquérito aberto para investigar as acusações que fez ao presidente Jair Bolsonaro quando deixou o governo.
Em entrevista à revista "Veja", o ex-ministro afirmou ter provas e que as apresentaria à Justiça. Pela manhã, o presidente da República chamou Sergio Moro de "Judas" em publicação nas redes sociais.
Na manhã deste domingo (3), Moro usou suas redes sociais para responder às acusações de traição. Em post no Twitter, o ex-ministro escreveu que "há lealdades maiores do que as pessoais".
Ao pedir demissão do ministério, no dia 24 de abril, Moro disse que o presidente queria mudar o diretor-geral da PF com o objetivo de exercer influência política.
O ex-juiz começou a depor após as 14h e ficou até pouco antes das 23h. No depoimento, reafirmou todas as denúncias feitas anteriormente e apresentou novas provas, incluindo trocas de e-mails.
Moro foi ouvido delegada Christiane Corrêa Machado, chefe do setor de inquéritos especiais da PF e responsável pelas investigações de competência da Corte, além do delegado Igor Romário de Paula, chefe do setor de Crime Organizado da instituição, e representantes da Procuradoria-Geral da República.