Agricultores e produtores rurais estão sofrendo fortes impactos devido à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Com o fechamento das feiras e circulação de pessoas reduzidas automaticamente o setor sofreu uma queda de vendas e em alguns produtores relatam ter zerado produção de alguns produtos, é o caso de Joaquim Villar da Fazenda Carnaúba, que precisou deixar de produzir queijos artesanais.
O deputado estadual licenciado e atual secretário de Planejamento de Campina Grande, Tovar Correia Lima, explica que os pequenos produtores são os principais afetados no setor. “O governo tem que ouvir os integrantes de diferentes cadeias para, a partir de análises de situação, ver o que está, de fato, acontecendo e, então, implementar políticas públicas de ajuda aos produtores brasileiros”, comentou.
A Fazenda Carnaúba tem um destaque pela criação de caprinos, bovinos e pela produção de queijos. Villar explica que além de zerar a produção de queijos artesanais, a queda foi sentida em todo o empreendimento. “Fomos afetados pelo isolamento social e sentimos isso, pois o consumo de queijo reduziu também, então tivemos que desacelerar as vacas e cabras”.
“Já a venda de queijos maturados finos praticamente zeraram, pois eram vendidos em grande maioria, em restaurantes e todos estão fechados. Como não temos uma legislação para queijo artesanal, ficamos impossibilitados de vender para supermercados”, finalizou.
Além dos produtores, o setor sucroalcooleiro também vem sofrendo fortes impactos. O etanol é um dos produtos mais impactados pela crise e tem sido vendido abaixo de seu valor de custo, o setor representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, reunindo produtores de cana-de-açúcar, trabalhadores do setor químico e da alimentação e agroindústrias.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, as atividades no campo, os tratos culturais estão sofrendo pouco, mas o grande impacto será nos preços de venda.
“As atividades de campo não estão proibidas, então os tratos culturais, plantios estão aproveitando o clima e as chuvas. Sabemos que o impacto maior será no preço da cana que deverá estar de acordo com os preços de venda do etanol e do açúcar”, ressaltou Edmundo.