O atacante da Juventus, Paulo Dybala, testou positivo para o novo coronavírus pela quarta vez em seis semanas, disse uma fonte próxima ao jogador à CNN.
O atacante argentino foi um dos primeiros jogadores da Juventus a contrair a COVID-19, junto com o zagueiro italiano Daniele Rugani e o meio-campista francês Blaise Matuidi, que se recuperou.
"Ele está bem agora, não apresenta sintomas e está treinando. Agora está aguardando os resultados dos dois últimos exames", disse a fonte. "Dybala precisa respeitar o sistema de saúde e o tempo que leva [para o resultado dos exames]. Ele é jogador de futebol e não recebe tratamento preferencial."
Um porta-voz da Juventus disse à CNN: "Dybala ainda é positivo [para o novo coronavírus] e, quando for negativo, será comunicado".
Resposta do anticorpo
Dybala anunciou no Instagram, em 21 de março, que ele e sua namorada Oriana Sabatini testaram positivo para COVID-19 após seu primeiro teste.
Em 27 de março, o jogador de 26 anos falou à conta oficial da Juventus no YouTube sobre sua experiência de contrair a doença: "Eu desenvolvi sintomas fortes, mas hoje já me sinto muito melhor”.
"Agora posso me mover melhor, andando e tentando treinar. Mal conseguia respirar, não conseguia fazer nada depois de cinco minutos. Meus músculos doíam. Felizmente, Oriana e eu estamos melhor agora."
O clube anunciou no início deste mês que Rugani e Matuidi haviam se recuperado completamente depois que testes indicaram resultados negativos para o novo coronavírus.
No início desta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "ainda não há evidências" de que as pessoas que testaram positivo para COVID-19 estejam imunes a uma segunda infecção.
"No momento, não existem estudos que avalie a resposta de anticorpos no que se refere à imunidade, portanto, não podemos dizer que uma resposta de anticorpos significa que alguém está imune", disse a Dra. Maria van Kerkhove, líder técnica da resposta ao coronavírus da OMS.
"Dizer que não há evidências nessa área, não significa que não há imunidade, apenas significa que esses estudos ainda não foram concluídos", acrescentou Van Kerkhove.
Retomada lenta
A Itália foi duramente afetada pelo novo coronavírus. São 201.505 casos confirmados e 27.359 mortes até agora, segundo estatísticas da Universidade John Hopkins, dos EUA.
A Série A da liga italiana de futebol foi adiada após a pandemia, mas as equipes poderão voltar a treinar no próximo mês depois que o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte anunciou o afrouxamento das restrições de bloqueio em todo o país.
Novas medidas entrarão em vigor em 4 de maio, como o relaxamento das restrições de viagem, maior acesso a parques e a capacidade de realizar funerais com até 15 participantes.
Os setores de manufatura e construção serão reabertos inteiramente, enquanto bares e restaurantes poderão oferecer serviços de retirada.
Conte também anunciou que em 18 de maio outras restrições – como o retorno aos treinamentos de equipes esportivas e a reabertura de museus e bibliotecas – também serão suspensas.
No entanto, o ministro do Esporte da Itália, Vincenzo Spadafora, disse que via "um caminho cada vez mais estreito para a retomada da Série A". “Se eu fosse um dos presidentes (dos clubes), focaria na próxima temporada", disse Spadafora à emissora de TV La7.
Enquanto a França cancelou sua temporada de futebol 2019/2020 na terça-feira, a Premier League da Inglaterra e a Bundesliga da Alemanha estão explorando maneiras de tentar terminar a temporada atual, embora o caso de Dybala suscite mais perguntas para as principais ligas europeias.
O médico-chefe da FIFA disse nesta semana que permanece cético em relação às ligas que pretendem recomeçar a temporada 2019-20.
"Minha proposta é, se possível, evitar jogar futebol competitivo nas próximas semanas", disse o presidente do comitê médico da Fifa, Michel d'Hooghe, à BBC Sport. "Tente se preparar para o início de uma boa competição na próxima temporada."