A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) mostrou, com exclusividade, à CNN, novas imagens de conversas dela com o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao justificar, neste sábado (25), as mensagens trocadas com ele na quinta-feira (23), em que se oferecia para intermediar uma negociação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“A gente vê aqui que eu estou desprovida de má intenção e eu gostaria muito de saber se ele já estava fazendo prints [da tela] porque essa frase é muito calculada e parece que foi friamente colocada ali”, disse a parlamentar sobre a resposta do ministro: “Prezada, não estou a venda”.
“Não é isso que se responde quando uma pessoa diz que te ajuda a ir ao STF, quando diz ‘nós queremos o senhor no STF’”, continuou. “A resposta dele não combina com nada do que a gente está conversando. Parece que foi tudo muito mal intencionado da parte dele, querendo achar algo para provar depois.”
Zambelli disse também não ser novidade a vontade do ex-ministro de ser indicado para o Supremo. “Tanto é que a imprensa já falou sobre isso, no Twitter já teve Trending Topic falando ‘Moro no STF’”, disse.
“Ou seja, não é algo que eu trouxe do nada. É uma conversa que se tem em Brasília desde que o ministro entrou [no governo]. Ontem ele deixou claro que o presidente não prometeu essa vaga para ele, mas é claro, todo mundo esperava que o ministro Moro, que foi o juiz da Lava Jato, em algum momento fosse pro Supremo”, completou.
Sobre outro trecho das mensagens trocadas com o ex-ministro, no qual a deputada sugere uma conversa com o presidente sobre a exoneração de Maurício Valeixo e no qual ele diz que não trataria dessa questão por escrito, ela acusa Moro de agir de forma fria e calculada.
“Aqui eu pergunto para vocês: quando ele fala que não vai tratar essas questões por escrito é porque já tinha tirado print de tudo, tinha a ‘big picture’ na cabeça dele e estava com toda a má intenção?”, afirmou.
Ele agiu friamente e denota que em nenhum momento estava interessado em chegar a uma solução viável, que atendesse à República, atendesse ao Brasil, ao interesse de todos. Ele estava só preocupado em tirar alguma vantagem, em tirar um print para que no dia seguinte [sexta-feira] pudesse tentar desmoralizar ou o presidente ou uma deputada federal.”
Zambelli disse que tentou trabalhar para aproximar Moro e o presidente Bolsonaro para diminuir os desentendimentos entre os dois. Na sua opinião, o fato de o presidente ser muito “aberto e espontâneo” e o ex-ministro ser “reservado e tímido” dificultava a relacionamento profissional deles.