Criticando a justificativa que Moro usou para deixar o cargo de ministro da Justiça, o presidente Jair Bolsonaro, disse durante pronunciamento na tarde desta sexta-feira (24) que é dever dele colocar e tirar quem bem entender: "Eu não tenho que pedir autorização de ninguém para trocar diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do poder executivo. Quando precisar pedir autorização para demitir alguém eu deixo de ser presidente", desabafou. O Portal ClickPB acompanhou todo o pronunciamento feito pelo presidente.
O presidente repetiu várias vezes a frase de que "uma coisa é admirar uma pessoa, outra coisa é conviver com ela", se referindo ao ex-ministro. Bolsonaro deixou claro que se decepcionou com Moro em vários momentos durante sua gestão. Para ele, o ex-ministro está "procurando uma maneira de colocar uma problema entre eu e o povo brasileiro", explicou.
"Poderosos se levantaram contra mim. Eu estou lutando contra um sistema. Coisas que aconteciam no Brasil não acontecem mais. Em grande parte pela minha coragem de indicar ministros comprometidos com o futuro do pais."
Bolsonaro ainda avaliou como desgastante sua relação com o ministro dando como exemplo diversos pedidos. "Cobrei dele que tomasse decisões, mas a PF se preocupou mais com Marielle do que com o seu presidente", disse.
O presidente ainda ironizou: "Quero dizer a Moro, que assim como ele disse que tem uma biografia, eu também tenho uma a zelar."
Bolsonaro ainda revelou que Sergio Moro teria pedido para ficar a frente do Supremo Tribunal Federal, tentando barganhar a troca de Valeixo no comando da PF, desde que ela ocorresse em novembro, mediante a indicação dele para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). "Me desculpe, mas não é por aí. Reconheço suas qualidades, chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho. Mas não troco (uma coisa por outra). Outra coisa: é desmoralizante para um presidente ouvir, mais ainda, externar, ou não trocar, porque não foi trocado", acusou.
"Torci muito para dar certo, mas infelizmente não deu", avaliou.
"Não posso aceitar minha autoridade sendo confrontada por qualquer ministro. Confiança é uma via de mão dupla. O governo continua e não pode perder sua autoridade para alguém que se antecipa a projetos outros. Travo o bom combate. A minha preocupação é entregar o Brasil para quem vier a me susbtitutir bem melhor que que peguei em janeiro do ano passado. O nosso dever é de servir a Pátria", concluiu.