O presidente Jair Bolsonaro avaliou neste domingo (12) que o coronavírus dá sinais que está começando a ir embora, mas que o desemprego está chegando e batendo forte, reforçando preocupação com os impactos econômicos das medidas de isolamento impostas para tentar desacelerar os casos de covid-19.
"É o que tenho dito desde o começo, desde há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, lá atrás eu dizia: o vírus e o desemprego", afirmou ele, em vídeoconferência com religiosos por ocasião da Páscoa, transmitida pela TV.
"Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego. Devemos lutar contra essas duas coisas", completou.
A fala veio após o Ministério da Saúde ter divulgado que o número de mortes por coronavírus no Brasil voltou a acelerar neste domingo, com o total acumulado chegando a 1.223, um aumento de 99 óbitos sobre o dia anterior.
No sábado, foram 68 novas mortes, interrompendo sequência acima de 100 que vinha sendo vista desde terça-feira. No total, o país possui 22.169 casos confirmados de coronavírus, um aumento de 1.442 em relação aos dados de sábado.
Em sua fala, Bolsonaro afirmou que há "grande perigo pela frente", e que o destino do país não pode "ser colocado sob dúvida de que a liberdade será mantida a qualquer preço".
O presidente tem se oposto a medidas de isolamento mais rígidas adotadas por governadores e prefeitos como forma de evitar a disseminação descontrolada do coronavírus, argumentando que elas causarão danos maiores à economia, com fechamento de postos de trabalho e ameaça de desabastecimento.
Contrariando recomendações de autoridades de saúde, Bolsonaro também tem circulado em espaços públicos e cumprimentado apoiadores em aglomerações.
Na véspera, o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, publicou nota afirmando que o órgão aguarda informações do Ministério da Saúde e da Anvisa para medidas judiciais cabíveis com o objetivo de impedir "medidas restritivas de direitos fundamentais do cidadão" por parte de governos locais e estaduais.
O posicionamento foi divulgado após o governador de São Paulo e adversário político de Bolsonaro, João Doria (PSDB), ter dito que pessoas poderiam vir a ser presas pela Polícia Militar caso contrariassem as regras estabelecidas no Estado para o isolamento.