Eram cinco meses fora dos gramados. A expectativa para o retorno daquele que havia sido eleito o Melhor Jogador do Mundo em 1996 e 1997 era enorme. E Ronaldo voltou. Mas não foi como o esperado.
O camisa 9 da Inter de Milão entrou aos 13 minutos do segundo tempo, com sua equipe perdendo por 2 a 1. Após poucos minutos em campo e uma tentativa de drible mal sucedida, o artilheiro caiu no chão sentindo muitas dores. Era a patela do joelho direito do craque saindo do lugar. Ele havia rompido o tendão e os ligamentos.
As imagens chocaram e comoveram o mundo todo. Nas manchetes, adjetivos como "tragédia" eram constantemente mencionados. Gérard Saillant, cirurgião francês que operou Ronaldo, garantiu a volta do craque, mas não garantiu o desempenho que outrora o apelidara de 'Fenômeno'.
Em carta ao 'The Players Tribune', em 2017, o 'R9' relembrou o caso.
"No ano seguinte, eu tive uma contusão muito grave no joelho. Era tão grave que algumas pessoas diziam que eu jamais voltaria a jogar futebol novamente. Que eu nem mesmo voltaria a caminhar novamente. Foi então que os meus limites foram realmente testados. Para mim, a vida parecia começar e terminar no campo de futebol. Quando meu joelho foi destruído, eu senti que a minha vida tinha sido levada embora.", escreveu o craque.
"Então, eu fiz tudo o que eu podia para ter certeza que eu podia voltar a jogar. Fui aos Estados Unidos para consultar médicos e cirurgiões. Eu dei a volta ao mundo. E foi assim durante três anos de reabilitação e contratempos. Eu sabia que a Copa do Mundo de 2002 estava chegando, mas não eram os troféus ou os gols que me motivavam. Eu só pensava naquele sentimento – aquele sentimento que eu só podia encontrar no campo de futebol e com a bola aos meus pés.", completou.
A recuperação foi longa. Um ano e três meses fora dos gramados e fazendo fisioterapia. E, finalmente, estava apto para jogo. Poucos jogos antes da Copa do Mundo e com a Seleção não tendo grande rendimento nas Eliminatórias, o camisa 9 estava garantido na competição. Felipão havia confiado no seu futebol.
Oliver Kahn havia dito em entrevista que pressentia que a Alemanha seria campeã e que voltariam com a taça para casa. Mas ele não contava com a estrela. Com o craque que estava predestinado a reescrever sua história.
Ronaldo marcou oito gols na Copa do Mundo de 2002, sendo dois deles na final contra a Alemanha, de Oliver Kahn.
Gols, a taça de Pentacampeão do Mundo, o troféu de artilheiro da competição e o "corte cascão" que virou inspiração para jovens do mundo inteiro. Ronaldo virou ídolo do Brasil em uma história de superação que poucos esperavam.
R9 mostrou que o Fenômeno não era apenas um apelido e que, apesar das lesões, o bom futebol sempre estaria ali.
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