O resultado de um teste rápido confirmou que Quézia Leite Batista, de 34 anos, servidora pública que trabalhava na maternidade Frei Damião, morreu infectada pelo coronavírus em João Pessoa. De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, a confirmação da Covid-19 veio após o primeiro teste e a contraprova terem dado inconclusivos.
Quézia Leite Batista estava internada em um hospital privado em João Pessoa, com notificação de suspeita para Covid-19. O quadro clínico dela piorou e ela morreu no dia 24 de março. Após a morte da servidora, ainda considerada à época suspeita para coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) efetuou a desinfecção da maternidade Frei Damião, paralisando os atendimentos por 24 horas.
Ainda de acordo com Geraldo Medeiros, o caso de servidora foi atípico, pois tanto o exame feito no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB), quanto a contraprova feita no Instituto Evandro Chagas, no Pará, não conseguiram atestar que se tratava de uma paciente infectada pelo coronavírus.
“Foi um caso isolado. Medicina não é uma ciência exata, existe um percentual para que o exame seja classificado inconclusivo. A coleta da paciente [Quézia] foi colhido no nono dia, isso torna mais difícil para que se tenha um resultado mais preciso. Tudo interfere, o modelo da coleta do material, o acondicionamento, tudo isso pode fazer com que o exame seja inconclusivo”, explicou.
Inicialmente, a própria SES havia classificado a morte como descartada, mas em seguida, no dia 30 de março, informou que tinha sido reiniciado o protocolo para investigação da morte. Geraldo Medeiros comentou ainda que nos próximos três ou quatro dias, a SES vai realizar pelo menos 900 exames referentes a uma demanda reprimida que há atualmente no Lacen. A medida vai permitir que os resultados saiam em até 24 horas após a coleta da amostra.
“Recebemos 94 kits, isso dá mais de 900 exames. Vamos acabar com essa demanda reprimida em três ou quatro dias, permitindo que os resultados feitos no Lacen saiam praticamente no mesmo dia”, comentou.
Marido testa positivo
O marido de Quézia Leite Batista, Danilo Barros, publicou no seu perfil no Instagram que também testou positivo para coronavírus e que por conta disso, muito provavelmente, sua esposa que havia morrido no dia 24 de março também deveria estar infectada. Ele reclamou, alegando que a demora na coleta das amostras foram determinantes para que os resultados dele e de Quézia dessem negativo para Covid-19.
“28 dias após os primeiros sintomas veio a confirmação… Positivo para Covid-19, depois de ter feito o primeiro exame pela SES fora do período recomendado, o certo seria sete dias após os primeiros sintomas, em mim foi coletado no 14° dia após os sintomas, com isso o resultado do primeiro exame deu negativo, assim como o da minha esposa, que infelizmente veio a óbito”, escreveu na publicação.
O teste rápido do paciente foi aplicado pela Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS), informando que ele tinha sido infectado pelo coronavírus e que o corpo havia produzido anticorpos.