Um estudo publicado nesta semana por pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, afirma que as medidas de contenção adotadas pela China no início da pandemia de Covid-19, em janeiro, podem ter evitado pelo menos 1,4 milhão de casos e 56 mil mortes pela doença. A pesquisa, liderada pelo professor Xi Chen – da Escola de Saúde Pública da universidade – modelou as transmissões locais e de longa distância do novo coronavírus na China entre 19 de janeiro e 29 de fevereiro.
Os pesquisadores implementaram uma abordagem de aprendizado de máquina para selecionar variáveis essenciais que predizem fortemente a transmissão do vírus entre as características meteorológicas exógenas. Eles examinaram o papel de vários fatores socioeconômicos, incluindo medidas de saúde pública que incentivam o distanciamento social nas comunidades locais.
O estudo mostra que quarentenas rigorosas, contenção de cidades e medidas locais de saúde pública impostas desde o final de janeiro reduziram significativamente a taxa de transmissão – a propagação do vírus foi contida em meados de fevereiro. Segundo a pesquisa, a medida mais eficaz foi a "contenção da cidade", seguida pela "gestão de comunidades no vácuo" e "restrições familiares ao acesso externo".
De acordo com os resultados, o êxodo da população da região de origem da epidemia representava um risco maior para as regiões de destino do que outros fatores, como proximidade geográfica e condições econômicas semelhantes. "Os resultados do estudo têm implicações importantes para os atuais esforços globais de conter o Covid-19", disse Chen à Xinhua em entrevista.