A rainha Elizabeth II fez um discurso neste domingo (5) no qual elogiou o espírito nacional dos britânicos e pediu que a população supere o tempo de "dor" e "enormes mudanças" que a pandemia do coronavírus trouxe.
No discurso, a soberana de 93 anos agradeceu aos britânicos que estão permanecendo em casa para evitar a propagação da doença e destacou o esforço dos profissionais do sistema público de saúde.
"Estamos enfrentado esta doença juntos", disse. "Vamos nos encontrar novamente."
A rainha também admitiu que a doença está causando sofrimento entre os cidadãos pela perda de vidas, bem como dificuldades financeiras para muitas famílias.
"Aqueles que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração eram tão fortes quanto todos os demais. Os atributos de autodisciplina, determinação tranquila e bem-humorada, além de companheirismo, ainda caracterizam este país", acrescentou a monarca.
Em 68 anos de reinado, este foi apenas o quinto discurso realizado pela rainha Elizabeth II, além das tradicionais mensagens de Natal. O último pronunciamento foi feito em 2002, após a morte da rainha-mãe.
"Espero que nos próximos anos todos se orgulhem de como responderam a esse desafio", afirmou a chefe de Estado no discurso gravado no Castelo de Windsor.
A rainha ainda lembrou de sua primeira transmissão, em 1940, quando ao lado da irmã, a princesa Margaret, dirigiu-se às crianças afastadas de suas famílias. Elas foram mandadas para Windsor por segurança enquanto Londres era bombardeada.
No Reino Unido, quase 5 mil pessoas já morreram em decorrência da Covid-19. O filho mais velho da rainha e herdeiro do trono, príncipe Charles, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foram infectados pelo vírus.
Poucos discursos públicos
A soberana reservou nas últimas décadas esse tipo de intervenção para momentos de gravidade especial.
A última vez foi em 2002, após a morte da rainha-mãe, quando vestida de preto, agradeceu ao país o "amor e honra" mostrados.
Em 1997, antes do funeral da princesa Diana, a monarca lembrava a esposa de seu filho Charles como "um ser humano excepcional e maravilhoso" que "nos tempos bons e ruins nunca perdia a capacidade de sorrir".
O primeiro discurso da rainha à nação nesse formato foi em 1991, durante a Guerra do Golfo, quando ela pediu aos britânicos que rezassem pelo sucesso das Forças Armadas "ao menor custo possível na vida humana e no sofrimento possível".