Montada em um cavalo. Essa foi a maneira encontrada pela enfermeira, Coordenadora de Imunização e Vacinação de Santana de Mangueira, Nathana Inácio para vacinar famílias na zona rural do município. Como as estradas estão intransitáveis em alguns trechos, a saída foi arriscar e deu certo. O alvo eram três idosos, que segundo ela, não podiam deixar de ser vacinados.
Geralmente, a equipe se desloca para vacinar a população utilizando carros ou motocicletas, mas neste ano de 2020 as chuvas que caíram estragaram estradas e dificultaram os acessos de veículos em algumas áreas do município. O início da missão foi tranquila. Toda a equipe se deslocou em um veículo para várias comunidades. Mas, uma missão especial estava por fim e precisaria de muito mais do que uma obrigação: uma missão por ato de ofício do amor. Eram três idosos que precisam ser vacinados, mas o acesso até eles de veículo se tornou impossível, pois as residências deles eram do outro lado de um riacho, por onde o veículo não conseguia atravessar devido a uma cheia.
Ciente da sua missão, antes de tudo humanitária, Nathana Inácio apelou para sua própria coragem, conseguiu um cavalo de um morador e foi até as casas dos idosos. “Quando chegamos no riacho o carro não conseguiu atravessar. À beira do riacho fomos informados que do outro lado existiam três domicílios, onde haviam três idosos que precisariam ser vacinados. Para não deixa-los sem a vacina perguntei ao filho de um dos idosos qual seria a alternativa para irmos até os domicílios. Então ele me respondeu que se eu tivesse coragem cederia um cavalo para que eu pudesse cumprir minha missão. Não pensei duas vezes. Montei no cavalo, fui lá e cumpri minha missão”, explicou.
Nathana é enfermeira graduada pela Universidade Federal de Campina Grande e tem pós-graduação em saúde da família e saúde coletiva.
A 22ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza teve início em toda a Paraíba. A campanha foi antecipada e a decisão é mais uma medida de proteção a esses públicos, em especial aos idosos, já que a vacina é uma proteção aos quadros de doenças respiratórias mais comuns, que, dependendo da gravidade, pode levar a óbito. Outra preocupação é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precisem fazer deslocamentos no período esperado de provável circulação do vírus no país.
E foi com o pensamento de levar a vacina a todo o público alvo que a santanense fez questão de cumprir a sua missão, mesmo precisando superar desafios, obstáculos e medos. “Meu lema é: ‘quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma desculpas. Quando me formei fiz um juramento de levar saúde para todas as pessoas e vou cumprir até o último dia da minha vida”, finalizou a profissional de saúde.