O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), liberou neste domingo (22) uma verba de R$ 1,6 bilhão que a Petrobras havia pago como multa no âmbito da Lava Jato em um acordo com autoridades norte-americanas, para ações de combate à pandemia de coronavírus.
A decisão atende a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O dinheiro estava separado para o Ministério da Educação, mas não tinha sido colocado em uso até o momento, e por isso será inteiramente transferido para custear medidas contra a covid-19.
"A gravidade da emergência causada pela pandemia da covid-19 (coronavírus) exige das autoridades brasileiras a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde", escreveu Moraes na decisão.
Para Augusto Aras, o atual cenário “exige que ações emergenciais e extraordinárias sejam adotadas com a finalidade de não apenas conter a propagação e o contágio pelo vírus, mas também de cuidar dos doentes prioritários”.
A medida também foi assinada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e pelo presidente interino do Senado, Antonio Anastasia. "O enfrentamento da situação inédita de calamidade pública que assola o país e o mundo certamente exige medidas de urgência e união de esforços", disse Maia.
A verba de R$ 1,6 bilhão faz parte de um acordo que a Petrobras firmou com seus acionistas nos EUA em setembro do ano passado, por causa dos desvios descobertos pela Operação Lava Jato. O termo também prevê uma verba de R$ 1 bilhão para o meio ambiente, que ainda não foi modificada.