A pandemia do novo coronavírus assusta o planeta e um dos países mais afetados é a Itália, que já contabiliza mais de 2,5 mil mortos em decorrência da doença. Por essa razão, o governa italiano adotou medidas restritivas em todo o país.
Morando na Itália, em Roma, há quase 2 anos, o padre Demétrio Morais, da diocese de Guarabira, participou ontem, quarta-feira (18), por telefone, do programa de rádio matutino da Constelação FM de Guarabira, ancorado pelos radialistas Cid Cordeiro e Levy Ramos, e detalhou como está sendo esses dias de convivência com o COVID-19.
O padre fez um apanhado do surgimento da doença na Itália, pontuando em que região começou a surgir os primeiros casos e as medidas restritivas adotadas pelo governo italiano.
“Onde tudo começou foi no Norte da Itália, na região da Lombardia, onde está Milão e outras cidades que têm sofrido terrivelmente com o vírus, como a cidade Bergamo. Quando acolhemos as medidas de segurança que o Estado propõe é visando o bem de todos. Aqui na Itália o primeiro decreto é datado do dia 4 de março, foi quando se decretou o fechamento de escolas e universidades, prevendo o fechamento até o dia 15 de março, que depois foi prorrogado com o segundo decreto, estendendo as medidas restritivas até o dia 3 de abril”, disse.
Segundo Demétrio, somente depois que as autoridades italianas perceberam a complexidade do coronavírus, decidiu decretar estado de quarentena em todo o país.
“O governo, vendo que os casos no Norte da Itália aumentavam de forma assustadora, o primeiro ministro reuniu o conselho dos ministros e tomou a decisão de estender o estado de quarentena para toda a Itália. Depois desse novo decreto, que foi editado há 9 dias, toda a Itália foi decretada em estado de quarentena. Dessa forma, fechando o comércio, exceto os supermercados, correios e bancos”, contou o religioso.
De acordo com Demétrios, os residentes na Itália “são praticamente obrigados a permanecer em casa, mesmo não apresentando sintomas da doença, o que é o meu caso, que estou sem sair de casa há 9 dias. As pessoas que precisam sair de casa devem preencher uma ficha, que é um auto certificado que tem de ser apresentado às autoridades, sabendo que se estiver mentido pode até ser preso”, relatou o padre.
Embora esteja incomodado com a situação vivenciada, padre Demátrio disse que vive numa casa confortável, está com saúde e bem cuidado, mas a sensação de prisão dentro de casa é horrível, pois somente numa situação como essa é que se dá valor à liberdade de ir e vir.
O religioso fez um apelo aos brasileiros para que se cuidem, mas principalmente procurem preservar os idosos, que estão no chamado grupo de risco e são mais vulneráveis à doença.