O radialista Fabiano Gomes, apontado como operador de repasses de recursos ilícitos pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Gaeco no âmbito da 8ª fase da Operação Calvário, passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (11) na sala de Sessões da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), em João Pessoa, e teve sua prisão temporária mantida pelo prazo de cinco dias. A decisão foi do juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, que alegou não suficientes as alegações por parte da defesa. Fabiano deverá ser encaminhado ao Presídio desembargador Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger).
Ainda segundo o juiz Adilson Fabrício, o prazo de validade da prisão de Fabiano será até o próximo sábado (14), às 8 horas da manhã. Fabiano só poderá receber visitas da esposa, filhos, pais e avós.
Sobre a audiência
Durante a audiência, a defesa do radialista solicitou ao juiz Aldilson Fabrício que ele não fosse encaminhado para o Presídio do Róger em razão de problemas pessoais entre ele e a direção da unidade penitenciária. “Por questão de cautela, vou determinar que o diretor do presídio não tenha contato com ele”, considerou o juiz.
A defesa questionou ainda sobre o uso de medicamentos controlados por parte de Fabiano. “Em relação à medicação, eu disse que estaria autorizado a ingressar no presídio com a medicação. Pode conduzir a medicação dele com a receita médica e lá poderá ministrar pessoalmente sem a necessidade do farmacêutico”, declarou.
Sobre a denúncia
O radialista Fabiano Gomes teve a prisão temporária decretada em virtude da suposta prática do crime de extorsão (artigo 158 do Código Penal) contra Denylson Oliveira Machado, parceiro de Coriolano Coutinho na empresa Paraíba de Prêmios. Para tanto, ele teria se utilizado, falsamente, do nome do delegado da Polícia Federal Fabiano Emídio de Lucena Martins, dizendo-se possuidor de cópia de gravações, supostamente prejudiciais a Denylson.
Em depoimento à Polícia Federal, Denylson confirmou a suposta extorsão, relatando ser alvo de graves ameaças lançadas por Fabiano Gomes, muitas delas por mensagens, em razão de sua recusa quanto ao pagamento de valor entendido como exagerado, exigido pelo radialista, para um anúncio publicitário da empresa Paraíba de Prêmios, em seu programa jornalístico.
As investigações realizadas no bojo da Operação Calvário apontam a participação de Fabiano Gomes na Organização Criminosa, aparentemente exercendo a função de operacionalizador de repasses ilícitos de dinheiro em espécie supostamente controlados, diretamente, pelo então governador Ricardo Vieira Coutinho, tido como chefe da Orcrim. Aponta, ainda, indícios de proximidade ilegítima entre Fabiano Gomes e a família Coutinho.