A repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, está processando o presidente Jair Bolsonaro por danos morais. O anúncio foi feito pelo próprio jornal nesta segunda-feira, 9.
A ação judicial foi motivada pelos ataques misóginos com ofensas de cunho sexual feitas por Bolsonaro após reportagem sobre o disparo em massa de Fake News no WhatsApp durante as eleições de 2018.
“Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]”, disse Bolsonaro em entrevista diante de um grupo de simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada.
Patrícia Campos Mello também vai processar também Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, e o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, do portal Terça Livre.
“No rastro dessa difusão de ofensas e mentiras, o presidente da República, em mais um ato em que desconsidera completamente a liturgia do cargo que ocupa, assumiu para si o discurso ofensivo, desrespeitoso e machista contra Patrícia na sua matinal entrevista em frente ao Palácio da Alvorada”, diz a defesa de Patrícia.
Desabafo
Neste domingo, 8, a repórter Patrícia Campos Mello,. publicou um desabafo em forma de artigo sobre as ofensas misóginas que tem recebido após os ataques de Bolsonaro.
“Quanto valerá uma foto em que uma mulher aparece pelada, de pernas abertas, em cima de uma pilha de notas de dólares, chamada de piranha? E uma em que o rosto dessa mesma mulher aparece com a legenda: ‘Folha da Puta — tudo por um furo, você quer o meu? Patrícia, Prostituta da Folha de S.Paulo — troco sexo por informações sobre Bolsonaro’? E outra em que essa mulher —sempre a mesma— aparece com a frase: ‘Ofereço o cuzinho em troca de informação sobre o governo Bozo’?”, questiona a jornalista no início de seu artigo, em referência aos memes que recebe diariamente e que contém sua foto ou seu nome.