A ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, divulgou carta nesta terça-feira (18), na qual nega pressão do Ministério Público da Paraíba para que ela fizesse delação premiada.
A ex-auxiliar das gestões socialistas, na Paraíba, foi autora de uma das colaborações mais emblemáticas da operação Calvário, que levou para a cadeia mais de 20 autoridades e empresários com contratos com o governo do Estado.
A nota assinada pela ex-secretária foi divulgada horas após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que resultou na manutenção do habeas corpus concedido ao ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). A sessão na corte superior foi marcada por citações, durante a análise dos argumentos da defesa, de supostas pressões do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para que Livânia fechasse acordo de colaboração.
Entre as citações estariam cartas assinadas pela secretária nas quais ela teria feito planos, inclusive, para o próprio funeral. Livânia, na nota, não nega que tenha escrito as “missivas”, mas assegura que elas foram redigidas antes da prisão, quando temia o avanço das investigações da operação Calvário. Elas foram apreendidas, inclusive, durante operação do Gaeco e devolvidas em seguida. A ex-secretária garante que a decisão de delatar foi fruto do livre arbítrio dela.
A operação Calvário investiga a existência de uma suposta organização criminosa que teria desviado mais de R$ 134,2 milhões dos cofres públicos durante as gestões do PSB à frente da prefeitura de João Pessoa e do governo do Estado.