A Polícia Federal apreendeu um cheque no valor de R$ 3 milhões, assinado pelo deputado Wilson Santiago (PTB), na Operação Pés de Barro, deflagrada no dia 21 de dezembro.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o cheque não havia destinatário e as investigações ainda não descobriram para quem seria realizado o pagamento. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o valor indica a “capacidade financeira do investigado”.
Santiago é acusado de receber R$ 1,2 milhão de propinas em obras superfaturadas na construção de uma adutora para abastecimento de água em Uiraúna, no Sertão do estado.
Ainda segundo o MPF, um dos documentos apreendidos na casa de Wilson Santiago na Paraíba e que passaram a integrar os autos é o controle financeiro de um avião registrado em nome da empresa JFB Locadora LTDA. O sócio administrador da companhia é o secretário parlamentar Israel Nunes de Lima, um dos denunciados no ano passado. Apontado como um dos responsáveis pela entrega de propina ao deputado, Israel Nunes está preso preventivamente.
O deputado requereu o reembolso de R$ 58 mil, decorrente do pagamento de despesas com aluguel de veículos da empresa JFB Locadora Ltda. O parlamentar também pediu o reembolso de R$ 16 mil pelo pagamento do fretamento de aeronave de filial da mesma companhia. As despesas foram realizadas entre julho e novembro de 2019. Israel Nunes tornou-se sócio da locadora em 17 junho do mesmo ano.