Após sofrer um acidente de motocicleta e perder os movimentos da perna direita, a ex-atleta Leide Freitas precisou se distanciar do esporte. Para superar as limitações impostas pelo tratamento de saúde, ela descobriu no artesanato uma forma de recomeçar e seguir em frente.
Leide é filha de pais paraibanos, mas nasceu no município de Mossoró, no Rio Grande Norte. Aos 17 anos, se mudou para a Paraíba, onde se formou em educação física, casou e teve um filho. Atualmente, ela mora em João Pessoa, capital do estado.
Natação, corrida e pedal faziam parte da rotina da triatleta, que praticava esportes desde a adolescência. Ela competiu em alguns mundiais e coleciona troféus e medalhas. Estava vivendo o que sempre sonhou, quando sofreu o acidente. Mas ela não se deixou abater.
“Eu só sabia agradecer a Deus por estar viva. Eu só chorava porque sentia dores. Acreditava na recuperação”, destacou.
Quando estava no processo de recuperação, Leide foi presenteada com 300 sementes de rosas do deserto. “Foi mágico. Germinei as sementes e quis presentear minhas ex-alunas com elas [rosas]”, declarou.
Foi a partir da tentativa de diminuir a saudade que sentia de quem conviveu com ela por muito tempo que Leide foi estimulada a produzir jarros para colocar as plantas dentro. Ela não pensou duas vezes e iniciou um curso na área.
Ela fez as aulas e se identificou com a produção de esculturas. O quarto se transformou em um ateliê e agora Leide é, oficialmente, uma artesã e trabalha com o filho.
“A argila é um material que tem uma vida, parece que ela se comunica com a gente. Eu acho isso fantástico”, pontuou.
Leide voltou a nadar, pilotar uma motocicleta e foi além do que achava que era capaz. Ela já produziu mais de 50 peças e segue expondo e vendendo o trabalho em feiras de artesanato.
“Deus quis que eu descobrisse que tinha esse dom divino. Tem que dar tempo ao tempo. Somos mais fortes do que imaginamos”, concluiu.