O Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB) iniciou na última semana uma série de fiscalizações em unidades hospitalares na Paraíba. Em hospitais das redes estadual e municipal o órgão encontrou irregularidades como superlotação, falta de médicos e de medicamentos.
No último dia 9 deste mês, o CRM-PB visitou e interditou o Hospital Materno Infantil de Bayeux. Os fiscais constaram irregularidades como a falta de esterilização dos instrumentos e materiais utilizados no hospital. De acordo com o diretor de fiscalização do Conselho, João Alberto Pessoa, não se pode permitir “que um hospital funcione sem uma central de esterilização”.
Uma força-tarefa liderada pelo prefeito do município, Berg Lima, solucionou o problema e a unidade hospitalar voltou a funcionar normalmente na última sexta-feira (17).
Também no último dia 9, o CRM-PB visitou o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Entre as irregularidades encontradas, o órgão destacou a superlotação, o risco de infecção e a falta de medicamentos.
Segundo o órgão, na enfermaria, pacientes do sexo masculino e feminino ficam no mesmo local, alguns com menos de 10 cm de distância entre as macas. Os fiscais do CRM-PB também relataram a presença de moscas entre os pacientes, aumentando o risco de infecção. No entanto, João Alberto Pessoa descartou a possibilidade de interdição do hospital “por se tratar de um hospital de emergência, referência na capital paraibana” e apelou que os gestores solucionem de forma mais rápida possível os problemas apresentados.
Já na última quinta-feira (16), na cidade de Aroeiras, ficais do CRM-PB visitaram o Hospital Municipal Doroteia Marques de Aguiar. Na avaliação do Conselho, o hospital apresenta diversas irregularidades, funcionando de forma precária, faltando médicos e equipamentos. Além disso, as paredes apresentavam mofo e infiltrações.
Segundo o CRM-PB, o Hospital Municipal Doroteia Marques de Aguiar não possui equipe médica completa, não há equipamentos para atendimento de emergência, nem aparelho de Raio X e o laboratório só funciona três vezes por semana. “Infelizmente, um hospital não pode funcionar desta forma. Esperamos que esses problemas sejam resolvidos o mais rápido possível para que a população tenha um atendimento digno”, destacou o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa. A unidade hospitalar foi interditada.
O Ortotrauma de Mangabeira (Trauminha), em João Pessoa, também foi um dos hospitais inspecionados pelo CRM-PB. Além da superlotação, o Conselho uma precariedade no serviço de urgência e emergência e cobrou a implantação de novos leitos. Foram encontrados pacientes aguardando cirurgia pelos corredores do hospital, problemas estruturais graves, como paredes mofadas, cadeiras quebradas, ar condicionado sem funcionar, falta de roupa de cama para os pacientes, entre outros.
O presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais, cobrou dos gestores públicos sensibilidade e mais eficiência na prestação do serviço de urgência e emergência. “É preciso aumentar o número de leitos ou mesmo construir um novo hospital. A população precisa de um melhor atendimento”, disse o presidente do CRM-PB.