O poder público e político é uma grande engrenagem. Ele é um jogo que nunca se joga isolado. Por isso, é presumido que nessas delações, vazadas a conta-gotas, apareça de um tudo.
O capítulo da vez vem da ex-secretária Livânia Farias. Depois de afirmar ter entregue, pessoalmente, ao ex-governador Ricardo Coutinho vultosas quantias na Granja Santana, no conteúdo de hoje ela assegura ter repassado ao então candidato João Azevêdo, quando já licenciado do Estado, ‘ajuda’ para gastos pessoais, determinada pelo então governador Ricardo Coutinho.
O que João negou, categoricamente, nesta manhã. Em entrevista, ele disse nunca ter recebido recursos ilegais, nem na campanha, e que o seu papel na eleição foi o de ser candidato. Associou a menção de Livânia ao que chama de esperada retaliação pelas demissões de secretários, incluindo ela.
Nos vídeos vazados até aqui, a delatora fala de recursos para João, mas também bota no balaio citações que vão de Gustavo Nogueira, ex-secretário de Cássio Cunha Lima, ainda remontando à campanha de 2010, dinheiro do empresário Roberto Santiago.
Ainda sobre supostos repasses para deputados paraibanos e recursos para campanha de Lucélio Cartaxo, em 2014, e até uma negociação milionária com o PMDB de Zé Maranhão, que não teria sido concretizada.
À semelhança de Livânia, a delação do ex-secretário Ivan Burity vai na mesma pisada. Fala de quase tudo e de quase todos.
É uma salada de nomes, pessoas e grupos, que em algum momento se cruzaram no caminho e nas circunstâncias dos labirintos do poder.
Ao que está posto e pela evidência dos sinais, nessa novela de delações e citações há um capítulo reservado para cada grande personagem.