Um grupo formado por um engenheiro eletricista, um administrador de empresas, um tecnólogo em tecnologia da informação e três programadores desenvolveu, em Campina Grande, um equipamento capaz de gerenciar e reduzir os custos da iluminação pública. O “Foco na Luz” permite o controle do fluxo luminoso, mede os consumos de energia, liga e desliga lâmpadas e auxilia na manutenção e operação do sistema em tempo real.
A estimativa é que o sistema gere uma economia de até 60% dos custos com a manutenção da iluminação pública feita pelos municípios. A rede funciona por meio da comunicação por escada, via rádio, feita poste por poste.
Com a medição e o controle da intensidade da corrente elétrica de cada lâmpada em determinado momento, o produto permite que se obtenha o consumo individual por poste e de todo o parque de iluminação.
Por meio de microcontroladores instalados nas luminárias, que estão associadas ao software de controle, é possível detectar falhas e corrigi-las.
“Se sua rua tem seis postes e dois não estão funcionando, não é preciso ligar pra prestadora do serviço. Qualquer defeito que houver vai ser notificado na central de monitoramento operado por um analista”, explicou Alerte Amorim, administrador e coordenador do projeto.
Além de reduzir o consumo de energia como um todo, o sistema pode aumentar a vida útil de cada lâmpada. Ele também permite a detecção das luzes que estão no fim vida útil para viabilizar a troca ou reparo delas.
Alerte Amorim contou também que o controle da luminosidade é feito de acordo com a necessidade de local e horário.
“Eu baixo e aumento a densidade da iluminação de um poste. Eu posso diminuir a quantidade de iluminação do ambiente. Em algumas ruas, a partir da meia-noite, por exemplo, não é preciso que as lâmpadas estejam ligadas totalmente. Ele [produto] pode deixar uma luminária de um lado esquerdo e outra do lado direito”, pontuou.
Tecnologia do 'Foco na luz' é pioneira no Brasil, diz coordenador
O projeto, que começou a ser desenvolvido há quatro anos, está em fase de testes. A criação da ferramenta foi inspirada na tecnologia reproduzida em produtos similares que estão no mercado em países europeus como Portugal, França e Inglaterra com base na definição federal de que os municípios são responsáveis pela manutenção da iluminação pública.
O projeto foi contemplado com investimentos da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e do Governo da Paraíba de cerca de R$ 490 mil, por meio de um edital lançado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).
O grupo de seis pessoas foi divido em duas equipes. A primeira responsável pelo planejamento e desenvolvimento do produto é formada por Alerte Costa Amorim, de 44 anos, administrador de empresas; Wagner Barros Silva, de 38 anos, tecnólogo em TI e Alexsandro José Virgínio dos Santos, de 43 anos, engenheiro eletricista. A parte operacional ficou por conta de três programadores responsáveis pela análise de sistemas computacionais.
Segundo Alerte, no mercado brasileiro existem três empresas que possuem produtos que concorrem com o “Foco na Luz”. Todas são de países do exterior. Uma é inglesa, outra é francesa e a terceira, americana.
“Nossa grande vantagem é que não tem outra solução dessa desenvolvida no Brasil. Isso é comprado a custo muito alto no exterior”, concluiu.
O “Foco na Luz” deve ser testado no primeiro semestre de 2020 em Campina Grande. O valor do produto também será definido nos primeiros seis meses deste ano, tempo previsto para o lançamento dele no mercado.