Qassem Soleimani, o maior comandante militar do Irã e chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, foi morto em um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdá, capital do Iraque, na noite da última quinta-feira, 2. A Casa Branca não deu detalhes de como o ataque foi realizado.
A mídia estatal do Iraque relatou nesta sexta-feira, 3, que Soleimani, 62 anos, estava entre as vítimas do ataque, que teve como alvo o seu comboio, nas proximidades do Aeroporto de Bagdá. Segundo as forças de segurança do Iraque, ao menos nove pessoas morreram no ataque.
O Departamento de Defesa dos EUA divulgou uma declaração informando que “sob o comando do presidente [Donald Trump], as forças armadas dos EUA agiram defensivamente de forma decisiva, matando Qassem Soleimani para proteger os indivíduos americanos no exterior”.
Soleimani era o comandante da unidade de elite Força Quds, uma brigada de forças especiais responsável por operações militares extraterritoriais do Irã que faz parte da Guarda Revolucionária Islâmica.
‘Dura vingança’
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, muito próximo a Soleimani, prometeu nesta sexta “dura vingança” contra os Estados Unidos e declarou três dias de luto nacional.
Khamenei disse que o assassinato do general irá dobrar as motivações da resistência contra os Estados Unidos. Ele também disse que “uma retaliação severa espera aqueles que mataram Soleimani”.
“Sua partida (de Suleimani) não acaba com a sua missão e uma dura vingança aguarda os criminosos que têm seu sangue e o sangue dos outros mártires em suas mãos”, disse o líder supremo em comunicado. Ele também anunciou que o brigadeiro-general Esmail Ghaan vai assumir o posto de Soleimani e que a Guarda irá permanecer “inalterada”.
Primeiros movimentos pós-ataque
A embaixada norte-americana em Bagdá pediu a todos os seus cidadãos que deixem o Iraque “imediatamente”. O pedido foi divulgado poucas horas depois do assassinato do general iraniano.
A representação diplomática dos EUA pediu aos norte-americanos no Iraque “que partam de avião o mais rápido possível” ou saiam “para outros países por via terrestre”.
As principais passagens de fronteira do Iraque levam ao Irã e à Síria, mas há outros pontos de passagem para a Arábia Saudita e a Turquia.
O assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, enviado da República Islâmica ao Iraque, representa “uma escalada perigosa da violência”, disse a presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, a democrata Nancy Pelosi.
“Os Estados Unidos – e o mundo – não podem permitir uma escalada de tensões que chegue a um ponto sem retorno”, afirmou Nancy Pelosi em um comunicado.
Entre os líderes mundiais, até o momento, apenas Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, elogiou a ação dos EUA, de quem são parceiros.
(Com informações da Agência Brasil e de agências internacionais)