Não bastou o país ver a menor taxa de juros de sua história ser promovida por um conhecido “rentista”, o ministro liberal Paulo Guedes. Agora, o governo Bolsonaro resolveu tripudiar: vai subir a isenção do imposto de renda de R$ 1.903,99 para R$ 3.000. Aí já é humilhação em cima da esquerda que tanto falou a favor de trabalhador assalariado e nada fez.
Não sabemos como vão se explicar os petistas e tucanos que não mexem na tabela do IR desde 1996 (ou há 23 anos, se preferirem). A defasagem nesse período chega a 95,46%. Houvesse correção, quem ganha menos de R$ 3.689,94 por mês estaria isento.
O que foi feito, de forma consciente, pelos últimos governos é um verdadeiro confisco de salários – sempre em prejuízo de quem ganha menos. Falar de desigualdade social e concentração de renda é fácil, desse jeito dissimulado e, sejamos francos, covarde.
O presidente garante sacramentar a decisão até o final deste mês, para que possa valer já na próxima declaração, a ser entregue em abril de 2020. Durante a campanha, Bolsonaro prometeu isentar quem ganha até cinco salários mínimos, o que equivale a R$ 4.990, em 2019.
Vai ser pedagógico acompanhar de quem virá os comentários lembrando que essa medida trará forte impacto na arrecadação. Verdade. Por raciocínio lógico, a única opção, a partir desse ponto, é taxar os que ganham mais (os mais ricos, se preferirem).
E Paulo Guedes, após o revés com a CPMF, já sinalizou que é esse o caminho a seguir. Aí já será desaforo – com a esquerda que precisa prestar conta de suas contradições.