Em uma transmissão ao vivo no Facebook, o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), criticou a forma pela qual foram realizadas as prisões da sétima fase da Operação Calvário. O socialista se declarou vítima de uma “caçada violenta” sem que pudesse apresentar defesa às acusações que lhe foram feitas e afirmo que as gravações feitas pelo empresário Daniel Gomes, ex-presidente da Cruz Vermelha gaúcha, teriam sido editadas. No trecho em que o delator fala de 10%, um percentual deduzido como sendo de propina a ser repassada a Ricardo, ele disse que se tratava de um valor que o Governo deveria investir de entrada para a construção do Hospital Metropolitano de Santa Rita. “Peço à Paraíba que antes de julgar, conheça os fatos. Hoje, na internet, todo mundo é um juiz. É preciso ter muito cuidado com isso. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa correta. Não tenho problema em ser investigado, mas eu defendo estado de Direito. Não apenas para mim, mas para todo mundo.
Ele negou taxativamente a acusação de “dominar os poderes” e disse que sempre nomeou para o Ministério Público do Estado e de Contas os mais votados da lista tríplice. “Como eu poderia ter o controle de um poder? Disseram que existia manipulação na seleção para o Hospital Metropolitano, mas ela foi acompanhada pelo TCE e pelo MP.
Prisão arbitrária – Na live, ao lado do professor e cientista político Flávio Lúcio, Ricardo disse que sua prisão foi arbitrária: “Considero essa prisão como algumas outras que estão acontecendo no Brasil completamente arbitrárias. Não é possível que prisão preventiva se torne método de interrogatório. E se houvesse alguma prova concreta contra a minha pessoa, aí sim poderia iniciar o processo permitindo o contraditório e se houvesse provas, condenar. Mas no Brasil estão criando uma espécie que está acima de todas as outras que é prender uma pessoa sem nenhuma prova . Prendem por delação. Uma pessoa presa querendo a liberdade a todo custo ou temendo por um familiar seu, faz uma delação em busca de um benefício e coloca um alvo que normalmente se quebra”, disse Ricardo.
STJ – O ex-governador afirmou que o ministro Napoleão Maia, do STJ, teria desmontado com 9 páginas (na concessão de seu habeas corpus), uma decisão de 209 (do desembargador Ricardo Vital, relator da Operação Calvário no Tribunal de Justiça). Um dos argumentos do ministro foi a ausência de contemporaneidade comentada por Ricardo: “Você não tem os fatos ocorrendo naquele momento. Eu não era mais governador, nem tinha relação com o atual governador. Nós rompemos. Se forçou a barra para me ver preso. Isso não é uma coisa só contra mim, mas contra minha família e nem sequer ao núcleo do partido, mas um esforço para negar um projeto que mudou o estado com uma força muito grande”.