Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, vão trabalhar com especialistas do Ministério da Infraestrutura do Brasil para desenvolver programas avançados de pesquisa e educação em engenharia de transporte ferroviário.
Memorando de Entendimento assinado na última quinta-feira (12) prevê a cooperação entre a academia e os setores público e privado com o objetivo de promover sistemas de transporte de passageiros e cargas mais seguros, eficientes e sustentáveis.
Durante a tarde de quinta, equipe liderada pelo professor Clive Roberts, diretor do Centro de Pesquisa e Educação Ferroviária de Birmingham (BCRRE), vinculado à universidade britânica, participou de um workshop, em Brasília, com técnicos e especialistas em ferrovias do Ministério da Infraestrutura.
O secretário-executivo adjunto do ministério, Rodrigo Cruz, coordenou os trabalhos da equipe da Pasta, que apresentou histórico do setor e as oportunidades de negócios com o programa de concessões do governo federal.
Os esforços de cooperação entre ministério e a Universidade de Birmingham incluem pesquisa e educação nas seguintes áreas: políticas de transporte público; planejamento de transporte integrado de passageiros e mercadorias; boas práticas de governança, gestão e regulação do setor de transportes; tecnologias avançadas para eficiência logística; infraestrutura de transporte sustentável; segurança nas operações; desenvolvimento e financiamento de infraestrutura.
A parceria deve evoluir para a criação de uma rede de colaboração de Birmingham com organizações governamentais, acadêmicas e privadas do setor ferroviário brasileiro.
INOVAÇÃO
O BCRRE da Universidade de Birmingham é o maior centro universitário de pesquisa e educação ferroviária da Europa. Ele também está na vanguarda da Rede de Inovação em Pesquisa Ferroviária do Reino Unido (UKRRIN), uma iniciativa de 92 milhões de libras para pesquisa aplicada em engenharia e tecnologia ferroviária.
Já o ministério coordena, atualmente, um dos maiores programas do mundo de concessões de empreendimentos de infraestrutura. O governo federal trabalha para repassar à iniciativa privada, até 2022, um conjunto de 60 portos e aeroportos, 16 mil km de rodovias e mais de 15 mil km de ferrovias, entre renovações e novas concessões.
“No setor ferroviário, estamos promovendo uma verdadeira revolução. São previstos mais de R$ 62 bilhões em investimentos privados nas próximas décadas”, afirmou o secretário-executivo adjunto Rodrigo Cruz.
“O ministério da Infraestrutura possui uma estratégia muito bem definida. Queremos equilibrar nossa matriz de transporte de cargas, ampliando a participação das ferrovias e da cabotagem. O estabelecimento de parceria entre o ministério e a Universidade de Birmingham, um dos principais centros mundiais de pesquisa e desenvolvimento de soluções para o setor ferroviário, é convergente com o nosso plano de dotar o país de uma infraestrutura qualificada e em sintonia com o que há de mais atual no mundo”, disse.
Clive Roberts também destacou a importância da parceria. “A Universidade de Birmingham é líder global em pesquisa e inovação ferroviária. A assinatura desse memorando fortalece nossos vínculos com o Ministério da Infraestrutura e esperamos contribuir para o desenvolvimento da educação e da pesquisa ferroviária no Brasil”, avaliou o professor.
“Usando os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos, governos e empresas podem transformar as ferrovias numa relação custo-benefício muito melhor, aumentando sua capacidade e eficiência no transporte de pessoas e mercadorias para apoiar o crescimento econômico”, exemplificou.