Isnoel Pereira Gomes foi preso na noite desta quinta (12) no estacionamento de um prédio comercial no Leblon por policiais da 14ª Delegacia de Polícia, situada no mesmo bairro.
Aos 80 anos, Gomes desempenhava um papel relevante em uma quadrilha especializada em clonagem e venda de carros. Era o ator do grupo.
Cabia a ele a tarefa de se apresentar como proprietário do veículo e convencer os potenciais clientes a fechar negócio.
Costumava levar o carro até o interessado, descrever seus atributos e negociar os valores da venda.
Para tornar mais verossímil a história, a quadrilha montou um esquema de revenda inspirado no padrão de uma concessionária de veículos.
Com documentos falsos, Gomes registrava o veículo — roubado e clonado — em nome de outro idoso e utilizava uma carteira de identidade também falsa para efetuar uma venda de acordo com os trâmites estabelecidos pelo Detran, que incluía a abertura de firmas em cartórios.
Ele tinha como comparsa Rogério Miranda, de 48 anos, responsável por providenciar a documentação necessária para executar o golpe.
"O que nos impressionou foi a grau de sofisticação das falsificações, que contava com documentos, carimbos, entre outros itens que passavam a impressão de que se tratava de um negócio legal", contou o delegado Antenor Lopes Martins Júnior, titular da 14ª DP.
Os veículos roubados eram ofertados em um grande portal de venda de carros usados.
Um comerciante mineiro acreditou estar fechando um bom negócio ao comprar um Toyota Corolla, ano 2016, por R$ 53 mil. Já havia depositado o dinheiro em uma conta indicada por Gomes quando a conversa no estacionamento foi interrompida pela chegada da polícia.
Gomes e seu comparsa foram presos na hora. Após o caso ser esclarecido na delegacia, o comprador acabou liberado e conseguiu recuperar seu dinheiro. Documentos falsos usados no crime foram apreendidos.
No celular de Miranda, foram encontrados fotos de armas. Ele já possuía anotações criminais por crimes como furto e tráfico de drogas.
Outros integrantes da quadrilha estão sendo identificados pela polícia. Eles vão responder por associação criminosa, uso de documentos falsos, estelionato e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.