A gigante americana do comércio eletrônico Amazon acusou o presidente americano, Donald Trump, de ter pressionado para que o Pentágono fechasse, em outubro, um contrato de armazenamento de dados on-line de 10 bilhões de dólares com a concorrente Microsoft, segundo documento judicial publicado nesta segunda-feira (9).
Segundo a companhia, o presidente “realizou de forma reiterada ataques públicos e nos bastidores” para que a Amazon não obtivesse o contrato de dez anos, destinado a modernizar os sistemas informáticos das forças armadas americanas com o uso de inteligência artificial.
A divisão Amazon Web Services (AWS), que domina o setor de armazenamento de dados na nuvem e fornece servidores seguros a outros organismos governamentais americanos, incluindo a CIA, se considerava a favorita para obter o contrato.
Em um documento de uma centena de páginas, a companhia de Seattle (noroeste) considera que a hostilidade de Trump com o diretor executivo da Amazon, Jeff Bezos, a quem considera “um inimigo político”, teve muito a ver com a decisão do Pentágono.
Bezos recebe frequentemente ataques virulentos por parte do presidente, especialmente por seu investimento no jornal The Washington Post.
Em sua queixa ante a justiça, a Amazon pede ao Pentágono que “reavalie de forma justa e sem influências inapropriadas, diretas ou indiretas”.
Uma porta-voz do Pentágono disse que a decisão sobre o contrato foi tomada “por uma equipe de especialistas que fizeram carreira no serviço público e por oficiais militares do conjunto do Ministério da Defesa, em conformidade com o processo normal de seleção das fontes”.