A sexta fase da Operação Xeque-Mate foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (4) pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público e Controladoria-Geral da União (CGU-PB). São cumpridos oito mandados de busca e apreensão para investigar o comércio de mandatos eletivos de quatro vereadores de Cabedelo, na Grande João Pessoa.
Conforme a Polícia Federal, a mercantilização dos mandatos estaria acontecendo com recursos oriundos do superfaturamento do contrato de lixo de Cabedelo. Os quatro vereadores foram afastados dos cargos por determinação judicial.
A operação contou com a participação de vinte policiais federais e quatro auditores da CGU, que cumpriram os mandatos nas residências dos vereadores investigados.
De acordo com a investigação, quatro candidatos do cargo de vereador nas eleições de 2016, em Cabedelo, receberam do então prefeito da cidade, Leto Viana, o valor de R$ 200 mil para compor o grupo de sustentação política no parlamento (legislatura de 2017 a 2020). Conforme o Ministério Público, os vereadores assumiam o compromisso de satisfazer os interesses pessoais de Leto Viana e Roberto Santiago.
Seis envolvidos no esquema foram denunciados pelo Ministério Público nesta sexta fase da Operação Xeque-Mate: Leto Viana, Roberto Santiago, Benone Bernardo da Silva, Jonas Pequeno dos Santos, Janderson Bizerril de Brito e Josimar de Lima Silva.
Fases anteriores
A primeira fase da Xeque-Mate foi deflagrada em abril de 2018, com objetivo de desarticular um esquema de corrupção na administração pública do município de Cabedelo, localizado na região da Grande João Pessoa. A operação moveu algumas peças na gestão da cidade e modificou, rapidamente, a administração da cidade. A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de prisão preventiva, 15 sequestros de imóveis e 36 de mandados busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em João Pessoa e Cabedelo, durante a segunda fase da Operação Xeque-Mate, em julho de 2018. De acordo com a Polícia Federal, foi realizado o sequestro de aplicações e ativos financeiros no valor de mais de R$ 3 milhões.
Na terceira fase, o empresário Roberto Santiago foi preso, março de 2019, em um cumprimento de mandado de prisão preventiva. Ele é acusado de participar do esquema de corrupção e fraudes licitatórias no município de Cabedelo, Região Metropolitana de João Pessoa. Ele foi solto e passou a usar tornozeleira eletrônica em julho.
Na quarta fase da Operação Xeque-Mate, que aconteceu em maio de 2019, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em João Pessoa, na sede do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), e Campina Grande. Nesta fase, a operação apurou a possível cooptação do conselheiro do TCE, Fernando Catão, para, em benefício do empresário Roberto Santiago, preso na terceira fase da Xeque-Mate, impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, no município de Cabedelo.
Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no dia 8 de outubro, na Paraíba, na quinta fase da Operação Xeque-Mate, comandada pelo delegado federal Fabiano Emílio. Um dos alvos da operação foi a empresa Almed, suspeita de fraudar licitações em todo estado. O ex-deputado federal André Amaral Filho, e o pai dele, André Amaral, também são alvos dos mandados, cumpridos, pelo menos, nos bairros de Manaíra e Miramar, em João Pessoa, nas residências dos investigados e em empresas contratadas pela Prefeitura de Cabedelo.