Transformar o que poderia ser lixo em algo útil para a sociedade. Essa foi uma das missões dos professores Ana Paula Trindade Rocha e Matheus Augusto de Bittencourt Pasquali, ambos da Unidade Acadêmica de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e da estudante Ana Nery, que desenvolveram uma farinha com propriedades antioxidantes a partir da casca e polpa da banana.
Segundo dados da pesquisa dos professores e pesquisadores que foram publicados no periódico Journal of Food Science and Technology, o consumo da banana gera mais de 26 milhões de toneladas de resíduos de matéria seca por ano em todo o mundo, principalmente devido ao descarte da casca do fruto.
A pesquisa que originou a farinha reforça a importância dos investimentos da indústria de alimentos no desenvolvimento de produtos inovadores que sejam benéficos tanto para o consumo humano de alimentos com propriedades nutricionais que proporcionam benefícios à saúde, quanto para o planeta como uma opção de redução da produção de lixo e prática economicamente rentável para indústrias agrícolas e de alimentos.
"Nós conseguimos provar, nesse estudo, que a casca da banana pode trazer benefícios para a saúde humana tal como a sua polpa e avançar ainda na redução da produção de resíduos", disse Ana Nery.
O projeto atinge desde os produtores da banana até os consumidores, levando em consideração o curto período de vida útil para que o fruto seja consumido após a colheita. O produto desenvolvido, segundo Ana Nery, é feito com a banana ainda verde no momento em que a fruta não se degrada tão facilmente.
O produto desenvolvido pelos pesquisadores pode ser usado na fabricação de biscoitos, pães e massas. Por ter propriedades antioxidantes, a farinha ajuda na prevenção de problemas como o envelhecimento, doenças cardiovasculares, doença de Alzheimer, doenças pulmonares, aterosclerose e até alguns tipos de câncer.