Com os dois títulos conquistados no Flamengo – Libertadores e Brasileiro -, o técnico Jorge Jesus atendeu novamente a imprensa de Portugal para falar sobre a passagem de sucesso no Brasil. E de novo deixou no ar a possibilidade de ir em busca de um novo desafio na Europa. Desta vez, ao jornal "Record", também disse que levaria Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta.
– Teria de ser o Gabigol e o Bruno [Henrique], como é óbvio. E depois tenho um jogador que pensa muito à frente dos outros e que me faz lembrar o Nico Gaitán, que é o Arrascaeta. Portanto, o Flamengo tem jogadores com uma dimensão acima do que é normal – afirmou.
As declarações se dão em meio a novela que se avizinha sobre a permanência do técnico, cujo contrato vai até junho de 2020. A todo tempo questionado, Jesus ainda não deu indícios de que deseja ficar no Flamengo. Desta vez, voltou a falar de sua façanha no Brasil como uma vitrine para o mercado europeu.
– Eu sempre soube que tinha essa capacidade, mas era preciso justificar isso com títulos. E o Flamengo abriu-me as portas a um grande europeu, e se eu tivesse continuado na Arábia Saudita ou no Sporting, não teria isso. Portanto, vamos ver o que acontecerá, pois podem abrir-se muitas portas –, afirmou o Mister.
Na entrevista, Jorge Jesus lembrou que foi desaconselhado pelos seus agentes e vir para o Brasil, pois tinha ofertas do futebol inglês. Exatamente o mercado onde seu nome aparece nos últimos dias. O treinador recontou seus melhores momentos e conquistas no Flamengo, com a recuperação no Brasileiro e a guinada na Libertadores. Agora, resta o Mundial de Clubes. Que Jesus não vê como divisor de águas para decidir seu futuro.
– Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Esta terceira competição; em termos de objetivo, é o mais difícil de alcançar. Porque vamos apanhar o Al Hilal ou o Espérance de Tunis, mas para mim os grandes favoritos são o Liverpool e depois é o Al Hilal e o Flamengo. Os ingleses um pouco à parte, porque devem chegar à final e depois vai disputá-la conosco ou com o Al Hilal, disso não tenho dúvida nenhuma – desconversou.
O treinador lembrou que foi ele quem montou o time árabe. E o duelo será um pouco de criador contra criatura.
– Sim, é um pouco Jesus contra Jesus. Até porque senti isso um pouco quando estava no Sporting frente ao Benfica. Tinha construído um mostro, em termos de qualidade, e estava a tentar derrubá-lo, mas isso não foi fácil. Em relação ao Al Hilal, é um pouco assim. Porque o Al Hilal foi uma equipa que eu montei, é um trabalho meu. Portanto, vamos ver como vai ser a meia-final. Claro que o Al Hilal ainda tem de garantir a passagem às meias-finais, mas acredito que isso vai acontecer. Vai ser um desafio difícil.