O procurador do Ministério Público Federal Maurício Gotardo Gerum afirmou na manhã desta quarta-feira (27), no julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sitio de Atibaia, que as provas relativas às reformas feitas em sítio usado pelo ex-presidente deixam claro que houve corrupção e que o objetivo das empresas participantes era obter vantagens na Petrobras. “Mais uma vez, restou plenamente comprovado que Lula se corrompeu”, afirmou.
O procurador disse ainda que foi garantida ampla defesa ao ex-presidente, já que o processo se trata de uma “chaga profunda” na democracia brasileira.
“Nós estamos tratando de um ex-presidente da República, extremamente popular, defensor de uma relevante pauta de direitos sociais, e que poderia passar a história como um dos maiores estadistas do século 21. Mas que, ao contrário, optou por compactuar e participar de um esquema de dilapidação dos cofres públicos, o que contribui e muito para o descrédito de um discurso auspicioso de equalização social, que se demonstrou na prática uma cortina de fumaça, para permitir os maiores desmandos com a coisa pública”, disse.
Em seguida, o advogado de defesa da Lula Cristiano Zanin pediu a nulidade do processo a apontou diversas falhas que teriam sido praticadas pelo Judiciário. Ele citou decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que indicam que a Justiça de Curitiba não teria competência para julgar o caso. Segundo Zanin, a defesa pede a suspeição de membros do MPF e do ex-juiz Sergio Moro, que teriam se mostrado parciais durante o processo.
“Moro conduziu instrução com claros objetivos políticos, em busca dos aplausos e para construir a imagem de combatente, que é incompatível com a imagem do juiz. Basta ver onde está o ex-juiz agora. Assumiu um cargo político. Esse fato por si é suficiente para mostrar a atuação política que norteou esse processo. Se houver dúvida sobre a imparcialidade, há que se reconhecer a suspeição”, disse.
Ele citou ainda a decisão da juíza Gabriela Hardt, que teria plagiado parte de uma decisão anterior de Moro sem citá-lo na sentença. “O apelante não teve direito a um processo justo, a um julgamento justo, imparcial, independente”, disse Zanin.
O advogado afirma ainda que não há prova de prática de corrupção.