Um homem de 48 anos e seus comparsas, de 24 e 36 anos, foram presos temporariamente após a Polícia Civil concluir que eles foram os responsáveis por matar a tiros a Danielle Pereira Leite Sampaio, de 32 anos. Ela engravidou desse homem de 48 anos e foi coagida a abortar, mas recusou.
O delegado disse ao G1 que o homem ficou transtornado com a decisão e quis matá-la para não ter prejuízo em sua vida financeira e familiar. Ele é casado e a esposa disse que não sabia que ele a traía.
O feminicídio aconteceu em fevereiro, em frente à casa onde ela morava, às 5h, quando estava saindo para trabalhar. A vítima estava com quatro meses de gravidez.
As investigações mostraram que o mandante contatou um dos comparsas ao menos 20 vezes antes e depois do crime. O homem chegou na ser detido na ocasião, mas sem provas suficientes, foi liberado. Os outros dois têm envolvimento com o tráfico de drogas e homicídio.
A vítima contou por mensagem aos familiares que estava com medo e que foi procurada pelo mandante do crime para abortar. “Ele pode me matar, mas eu não tiro esse filho”.
Ele é cabeleireiro e dono de uma academia. A vítima era sua aluna, tinham um relacionamento extraconjugal há 10 anos e essa foi a segunda vez que ela engravidou, já sendo obrigada a abortar antes.
Ainda segundo a reportagem, a Polícia Civil vai ouvir mais testemunhas concluir o inquérito em 10 dias.
#ElaNãoPediu: Catraca lança campanha contra violência doméstica
Os números são impactantes: pesquisas mostram o crescimento de vítimas de feminicídio e agressões contra mulheres a cada ano no Brasil. De 2017 para 2018, por exemplo, a alta de feminicídios foi de 4%.
Em 2017, mais de 221 mil mulheres procuraram delegacias de polícia para registrar agressões em decorrência de um problema social complexo, bastante conhecido, mas pouco debatido: a violência doméstica.
Os dados são do Atlas da Violência e do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019. Esse tipo de violência atinge principalmente mulheres negras, mas também faz entre suas vítimas mulheres brancas, indígenas, pardas, amarelas.
Não faz distinção entre adultas, idosas, jovens e crianças, nem entre mulheres cis ou trans, e héteros, lésbicas ou bissexuais.
Depois de consultar especialistas no tema, a Catraca Livre desenvolveu a campanha #ElaNãoPediu, de enfrentamento à violência doméstica.