O suspeito de esfaquear a companheira que chegava para trabalhar no Hospital de Trauma de Campina Grande, na manhã desta quarta-feira (20), contou em depoimento à polícia que esfaqueou a vítima porque ela não permite que ele cuide da filha, enquanto ela trabalha. Segundo a delegada da mulher de Campina Grande, Maíra Roberta, o homem disse que “queria fazer mal a ela [mulher]".
Para a delegada, a vítima contou que não permite que o pai cuide da filha porque ele tem surtos psicóticos. Ainda de acordo com ela, o casal estava junto e convivia na mesma casa, mas estava em processo de separação.
De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de saúde, a vítima estava chegando ao local para trabalhar quando foi surpreendida pelo homem e golpeada com facadas nas costas, pescoço e cabeça.
A unidade hospitalar informou também que a funcionária passou por uma cirurgia e que o estado de saúde dela é estável. A enfermeira está internada em uma UTI do local.
Já conforme informações de familiares ao hospital, a vítima estaria separada do homem há alguns anos. O casal tem uma filha de 2 anos. Após esfaquear a companheira, o suspeito foi detido por seguranças da unidade de saúde, que acionaram a Polícia Militar. Ele está detido na carceragem da Delegacia da Mulher de Campina Grande.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que lamenta a tentativa de feminicídio praticada contra uma de suas profissionais do local. Ainda segundo a SES, a mulher que trabalha no hospital desde 2011, sofria ameaças do companheiro.
Nota da SES na íntegra
A Secretaria de Estado da Saúde lamenta profundamente a tentativa de feminicídio praticada contra uma de suas profissionais na manhã de hoje, 20 de novembro, quando chegava para iniciar sua jornada de trabalho no Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.
Eliete da Silva, 39 anos, é enfermeira e colabora com a qualidade dos serviços prestados por este hospital à população paraibana desde 2011 e vinha sofrendo ameaças de seu companheiro.
A violência doméstica é uma das mais brutais formas de violência, que atinge a mulher na sua autonomia. Eliete é vítima de um crime grave, praticada por quem a conhecia intimamente e sabia que atingí-la no seu ambiente de trabalho seria ainda mais humilhante e doloroso. O Hospital de Trauma de Campina Grande junto com a SES não medirão esforços para auxiliá-la, protegê-la e resgatar a sua dignidade, bem como colaborar com as autoridades policiais e a justiça.