A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou nesta segunda-feira (18) o boletim epidemiológico do sarampo com 40 casos confirmados para a doença na Paraíba. Diante deste cenário, e para reforçar a segunda etapa da campanha de vacinação iniciada nesta segunda-feira (18), o Núcleo de Imunizações da SES, em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Fiocruz, promoveu o Fórum Coberturas Vacinais e a Situação do Sarampo para secretários municipais e coordenadores de imunização de 82 municípios.
O objetivo do evento foi de dialogar com os gestores de saúde desses territórios que estão com maior notificação de sarampo e/ou baixa adesão à campanha de vacinação. Estiveram presentes no evento representantes dos municípios prioritários das 1ª, 2ª, 3ª, 12ª e 15ª Regiões de Saúde, além dos municípios do Congo, Imaculada e Sousa. De acordo com a chefe do Núcleo de Imunização da SES, Isiane Queiroga, essa é uma agenda de rotina que é feita periodicamente, junto aos coordenadores de imunização dos municípios, para discutir e avaliar as coberturas vacinais.
“A nossa pretensão é focar nas doenças imunopreveníveis que estão correndo o risco de ressurgir. Tratamos aqui, em especial, o sarampo, que já está acontecendo, e a poliomielite, que também tem o risco de reintroduzir, sendo duas doenças prevenidas prioritariamente por vacina”, afirma.
Até a 45ª Semana Epidemiológica, terminada em 09 de novembro, foram notificados 317 casos suspeitos de sarampo, em 73 dos 223 municípios. Do total de notificações, 172 casos foram descartados, 105 seguem em investigação e 40 casos foram confirmados, sendo esses em João Pessoa (15), Campina Grande (03), Bayeux (03), Santa Rita (03), Barra de São Miguel (02), Santa Cecília (02), São Miguel de Taipu (02), Sousa (02), Bananeiras (01), Cabedelo (01), Conde (01), Congo (01), Guarabira (01), Imaculada (01), Lagoa Seca (01) e Santa Cruz (01). Dos casos confirmados, foi observado que crianças menores de 5 anos (14 casos) e adultos jovens de 20 a 29 anos (9 casos) respondem por 57,5% do total de casos confirmados.
Segundo o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, o elemento principal das campanhas de vacinação é o trabalho do secretário municipal atuando junto ao agente de saúde na busca ativa para a vacinação. “O sarampo é uma realidade mundial. Precisamos ter o conhecimento de que o Brasil tem a maior amplitude de vacinação do mundo no serviço público. A Paraíba está entre os 14 estados que atingiram a meta de 95% de vacinação, mas alguns municípios ainda estão com baixa adesão. É necessário o trabalho do secretário municipal de saúde e dos coordenadores de imunização para aumentar esse número. Precisamos trazer essa segurança para o estado”, pontua.
O secretário lembra que nesta segunda-feira começou mais uma etapa da campanha contra o sarampo, com vacinas disponíveis para os adultos jovens de 20 a 29 anos. Pessoas do público-alvo devem procurar os postos de vacinação levando a caderneta que é a única forma de comprovar a imunização. A campanha vai até o dia 30 de novembro, quando será realizado o Dia D.
Para a coordenadora da Assessoria Clínica de BioManguinhos/Fiocruz, Maria de Lurdes Maia, o evento veio em boa hora para ajudar os municípios com baixa adesão a entenderem o real motivo da cobertura ter caído e a discutirem estratégias e ações para essa segunda parte da campanha e para a vacinação no geral. “A gente tem uma responsabilidade enquanto Sistema Único de Saúde, enquanto missão de saúde pública, de onde a gente estiver, levantar essa discussão das causas das baixas coberturas, do que está acontecendo e se as fake news estão colaborando para isso. Esse espaço é fundamental para esse diálogo entre secretaria municipal, estadual e Ministério da Saúde”, afirma.
Ainda sobre o fórum de coberturas vacinais, a representante da coordenação do Programa de Imunização do MS, Sandra Deotti, ressalta que devido à baixa cobertura vacinal doenças como o sarampo foram reintroduzidas no país e que outros tipos de enfermidade correm o risco de voltar depois de 30 anos, como o caso da Poliomielite. “A gente tem observado uma discreta queda das coberturas vacinais, não só aqui, mas no país inteiro. Então esse tipo de evento, em que a gente busca chamar a atenção e saber o real motivo do porque isso está acontecendo, é que a gente pode tomar estratégia e tomar ações para corrigir essa cobertura. E isso é de extrema importância”, completa.