O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) veio a público neste domingo (17) lastimar a posição do Governo Federal, que vem estimulando o desmonte de uma das instituições mais importantes das últimas décadas para o Brasil, que é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele lembra, com tristeza, o anuncio feito neste final de semana pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF) do fechamento do Laboratório de Fibras e Fios da Embrapa Algodão, em Campina Grande, além dos cortes orçamentários destinados à instituição, em quase 50%, para o próximo ano, já anunciados pelo governo.
Veneziano destaca que o algodão tem ressurgido, nas últimas décadas, em todos os estados do Nordeste, como uma das principais fontes econômicas. E que o crescimento de muitas cidades do sertão nordestino está diretamente relacionado à produção de algodão, que alcançou o auge na década de 1970. Em Campina Grande e região, por exemplo, há um conglomerado de empresas têxteis de alta expressividade, além de diversos artesãos que acessam o conhecimento gerado nos laboratórios da Embrapa e exportam os produtos para outros estados e diversos países.
De acordo com os pesquisadores da Unidade Embrapa Algodão, esse laboratório é essencial para avaliar a qualidade das fibras de algodão e dos experimentos de campo. Além disso, existe o risco de informações sigilosas da pesquisa serem divulgas ou apropriadas por terceiros.
“A excelência do trabalho desenvolvido pelos que fazem a Embrapa, ao longo das suas décadas de existência, tem papel fundamental no acesso da população a uma alimentação digna, além de cumprir papel estratégico na garantia da soberania nacional no desenvolvimento de produtos, como o algodão colorido, e na composição do Produto Interno Bruto (PIB), para o crescimento do país”, disse Veneziano, destacando que a Embrapa vem sofrendo um sorrateiro processo de desmonte, arquitetado pelo Governo Federal e executado por sua atual diretoria, orientados à construção de um Estado mínimo, com entrega das riquezas brasileiras aos interesses privados.